Sexta-feira, 23 de Abril de 2010

QUEIMAR 90% DA FNAC LIVREIRA

An He

  

Faz catorze anos, começou por engano da Unesco _ confundiu calendário Juliano com Gregoriano. A 23 de Abril, segundo o logro, teriam falecido Cervantes, Josep Pla e William Shakespeare. Pela diferença entre os calendários, o último encomendou a alma dez dias, não contados séculos, após ao primeiro ter a fatalidade ditado o mesmo. E ficou a antevéspera do revolucionário vinte e cinco do quatro português como Dia Mundial do Livro.  

 

Má leitora, porque rápida e compulsiva, em romaria pelas livrarias, é tentada pela busca definida e pelo mesmo de que outros padecem: cheiro e desfolhar novo. Gosta deste começo de fim-de-semana pelo lançamento de novidade literária. A editora tem créditos; título e autor prometem tempo ganho. Que nasçam livros muitos com escrita exigente. Que não falte quem os compre. Que seja amada a escrita e não apelo maior a facilidade e vã glória do candidato a escritor _ destes os escaparates abarrotam. Transbordam. Vomitam lugares-comuns. Como por aqui acontece na condição de «escrevedora». Pela consciência do facto, redimida, em parte.

 

Na actual escrita lusa, é editado o melhor e o pior. Pela força que empurra a sobrevivência empresarial, existem critérios editoriais simples para não penhorar as instalações: por cada obra competente, publicadas outras menores _ para todas há leitores. Entre elas, como gostava de ler em papel e com capa algumas histórias guardadas nesta máquina onde escrevo! E lembro dizer de amigo:

 _ Se me oferecessem o conteúdo livreiro da Fnac, queimava 90%.

 Não aceitando a totalidade da prenda, melhor seria orientar os excedentes para instituições ao serviço de populações carenciadas. Possível de ora em diante sem prejuízo dos livreiros e editores. No dia próprio, conquanto atrasado, cessam as fogueiras onde ardem livros que ninguém comprou.

 

Voltando ao pensar do estimado amigo. É radical, admito. Muito refutei. É mais coeso do que granito nas opiniões e valores. Muito tentei para esboroar o penedo. É inatacável pela qualidade produzida. Muito desanimei por uma voz, também amiga, qualificar como desafinadas e incompreensíveis as árias saídas das teclas onde toco. Mas o gosto por ler e escrever conta _ é pas de deux provocador e liberto. Libertino no calhar.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:00
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