Sábado, 9 de Novembro de 2013

DUAS NOTAS NUM SAMBA SÓ

 

   

Claude Théberge – City Just                       Autor que não foi possível identificar - Desserts      Peter Ferguson

 

1ª – Chego-me ao balcão da pastelaria. Um homem, companheira ao lado, fazia encomenda de bolo de aniversário. No momento da escolha dos dizeres precisos, não hesita: _ “Quero-te sempre nua”. Olhos baixos na parceira silenciosa. Foi atendido e saiu. Ela atrás. No entretanto, mudas as gentes que no balcão esperavam vez.

 

Após o acontecido, o inevitável sururu. As funcionárias comentavam à socapa o insólito pedido. Os clientes riam e soltaram a língua. Uns ficaram pelo gargalhar discreto, outros dividiam opiniões: que sim, que fora de homem valente, que não, que embaraçara inutilmente a futura aniversariante, que a privacidade não se expõe com tamanho descaro. E eu nem que sim nem que não. Cogitava para os botões que não tinha: alguns homens desta sociedade arco-íris progrediram na espontaneidade de transmissão do que lhes vai na alma, ou, em alternativa, exponenciam o tradicional espírito marialva. Qual das duas razões?

 

2ª – Os colégios particulares continuam a liderar os rankings dos estabelecimentos de ensino com mais sucesso traduzido em todos os níveis dos exames nacionais. Nem admira: os pais são motivados a elevada participação na vida escolar dos respetivos infantes, os recursos familiares permitem complementar aprendizagens, o ensino vai além dos currículos ao abrangerem áreas como a responsabilidade, a disciplina, a saudável competição do aluno com ele mesmo. Nestas vertentes, as atividades extracurriculares em diminuta ou inexistente oferta nos estabelecimentos públicos pelo afogo económico completam a formação das áreas pedagógicas tradicionais. Por outro lado, os altos valores das mensalidades pagos nos colégios privados são a fonte dos meios que legitimam maior qualidade no ensino global. Os pais, normalmente com elevado estatuto social, procuram justificar o investimento na educação dos filhos ou por valores próprios ou pela informação majorada.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:02
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Segunda-feira, 22 de Abril de 2013

TARTARUGA-DE-COURO

 

Jen Callahan

 

Dias existem muitos e este é mais um – verdade à La Palice que traz à colação o filme "A Canção de Lisboa". Hilariante no todo, particularmente na vinda das Tias a Lisboa para tirarem a limpo se o sobrinho mandrião (Vasco Santana) é, finalmente, «doutor». Insistindo em conhecerem o consultório, terminam no Jardim Zoológico onde é confundido com o veterinário. Na visita, elefante atreve roubar o «palhinha» de Vasco. Furioso com a troça dum visitante, destrói-lhe o «palhinha» num pilar e brada frase imortal: _ "Chapéus há muitos, ó palerma!".  

 

Abrindo o Google, o magnífico doodle de hoje lembra ser 22 de Abril o ‘Dia da Terra’ ou, oficialmente, ‘Dia Internacional da Mãe Terra’. Instituído em 2009 pela ONU, para mais saber sobre a origem da comemoração várias ligações apresentam resumos escorreitos.

 

Nas voltas cerebrais e a propósito, vieram à lembrança as viagens épicas da gigantesca tartaruga-de-couro pelo Atlântico Sul. Espécie rara e prestes a extinguir-se, comportamento migratório pouco conhecido, foi acompanhado cientificamente o movimento da maior colónia do mundo no Gabão para as áreas de alimento naquela parte do oceano. Ali permanecem entre 2 a 5 anos, criam reservas para se reproduzirem no retorno ao local de origem. Das 25 fêmeas estudadas, foram identificadas três rotas migratórias – uma delas é travessia em linha reta de 7.563 km pelo Atlântico Sul, da África até a América do Sul. Não é sabido o que influencia jornadas assim grandiosas.

 

No Oceano Pacífico, a população de tartarugas marinhas sofreu queda vertiginosa nas últimas três décadas. Uma única colónia no México diminuiu de 70 mil crias para apenas 250 em dezassete anos. São indicadas causas possíveis: a colheita de ovos de tartaruga e a pesca. No Atlântico, os níveis de população são maiores e a comunidade científica especializada tenta evitar a repetição do acontecido no Pacífico.

 

Numa altura em que as profundas da Terra se revoltam sismicamente e milhares de vítimas humanas são contabilizadas, este tema parece de somenos. Todavia, enquanto o luto ocorre, desviar os nossos terrores não é um mal.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

‘Dia Internacional da Mãe Terra’

 

publicado por Maria Brojo às 08:33
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Olá. Posso falar consigo sobre a sua tia Irmã Mar...
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