Sexta-feira, 29 de Agosto de 2014

CHEIRO A ENXOFRE OU A OVOS PODRES - TERRA FEBRIL

 

Jim Warren                                                                                Frank Kovalchek - Painting of Kilauea Volcano  

 

Eyjafjallajoekull. Quem pronunciar a palavra sem engasgo que se acuse. Não eu _ escrevê-la já é susto pela dezena de consoantes e quase metade em vogais. Mas é islandês e vulcão. Após sono prologado que durou três séculos, em 2010, acordou indigesto. Vomitou o que nas estranhas lhe interrompeu descanso. Mal disposto e rezingão, continua com soluços e gripado. Tosse e espirros constantes fundamentam o dito dos pastores islandeses: “Mais vale uma ovelha a berrar em casa do que cem a pastar perto de um vulcão.”

 

Na altura, transportadoras aéreas ficaram em guerra com as restrições do espaço aéreo pelas cinzas disseminadas que os impediram de voar. Excessivas cautelas, reclamaram as companhias que na troposfera fazem rota, nela diminuída a temperatura do ar à razão de 0,65°C por cada centena de metros em altura. Milhões de euros e pessoas arrastados com a lava por impedimentos nas saídas por avião. A erupção do Eyjafjallajokull, provocou o maior encerramento do espaço aéreo decretado na Europa em tempo de paz. Mais de 100 mil voos foram anulados num mês e mais de oito milhões de passageiros foram afetados. A Islândia tem mais de 100 montanhas vulcânicas, algumas das quais entre as mais ativas do mundo.

 

De novo cheiro a enxofre ou a ovos podres (gás sulfídrico). Sinais de uma Terra febril. O vulcão Bardarbunga, o maior da Islândia e adormecido para cima de um século, entrou em erupção às 00h00 TMG (01h00 em Lisboa). Fundamentação científica permite supor ter força bastante para interromper ou perturbar o tráfego aéreo no norte da Europa e no Atlântico Norte. A retirada de turistas foi ordenada há uma semana, como medida preventiva.

 

Especialistas colocam três cenários como mais prováveis: que pare a deslocação do magma e se reduza progressivamente a atividade; que haja uma erupção na borda do dique vulcânico, para fora do glaciar; ou uma erupção debaixo do glaciar. O primeiro tipo de erupção ocasionaria, provavelmente, uma grande emissão de lava, mas com produção de cinzas limitada, e o outro tipo provocaria inundações “e talvez atividade explosiva e produção de cinza”. Ai a nuvem de cinzas que não cessa de se comportar como polvo aéreo desdobrando tentáculos para onde os ventos os levem!

 

Quando vulcão truculento provoca carrossel, desmoronados hábitos terráqueos em menos de um tossir do planeta. Desrespeitá-lo ou tê-lo por somenos não é sensato. Ele avisa. Dá sinais. Tontaria de quem não entende ou despreza o que à vista está.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:24
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