Anderson, Daniel F. Gerhartz
Quando o “sarampo, «sarampelo», sete vezes vinha ao pêlo”, por longo tempo, crianças, raros adultos, eram isolados no quarto com janelas e candeeiros protegidos com papel encarnado, não ficassem afectados os olhos. Durando os sintomas, poucos eram os entreténs que suavizassem a espera da cura – ler estava arredado, visitas dos irmãos e amigos nem pensar pelo risco de contágio; ficavam os brinquedos para os intervalos em que a febre amainava. Sofrimento com base dez e expoente de tédio.
A periculosidade da doença matava. Quem sobrevivia, a maioria não sendo infantes de curta idade, restavam frágeis como folhas expostas aos ventos doutras maleitas. O provérbio/mote estava englobado num conjunto que reflectia possível origem, duração do mal e aconselhava terapias:
- “O sarampo vem a cavalo e vai a pé”;
- “água estragada, fervida ou coada”;
_ “a tinha é pior que a morrinha”.
A crença nos sete ataques da doença advinha da confusão com outras: varicela, rubéola e mais aquelas caracterizadas por borbulhagem disseminada na pele. Hoje, o sarampo na putativa forma de epidemia também atravessa a Europa de “cabo a rabo” – feliz expressão popular que em “três palavrinhas apenas” traduz uma das áreas geográficas abrangida pela moléstia viajante. Porque, afinal, o vírus somente por vez única ataca o pêlo e a eficácia da vacina é facto, quem nunca guerreou o microscópico bicho previna-se.
Seja pelo senhor Dominique Strauss-Kahn, director geral do FMI, ter sido acusado e preso por agressões sexuais, seja pela velocidade da progressão do sarampo, de novo, o euro caiu e o ressurgir económico da Comunidade Europeia com ele. Valham-nos deuses que no Olimpo da modernidade lançam olhar benévolo para os autóctones deste território fronteiro com o Atlântico cujos mistérios aventuraram desvendar.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros