Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013

"A FORÇA É MÁ". ÁMEN.

 

Piazza Dei Miracoli, Pisa

 

A cidade de Pisa é conhecida pela beleza e pela famosa torre sineira. Deslustra a Piazza Dei Miracoli que em frente da catedral, do batistério e da inclinada Torre de Pisa haja mercado. Flores muitas aliviam a fealdade da «coisa»: bricabraques, ‘recuerdos’ e gente à pinha disposta a encher sacos com inutilidades. Entre elas, as inefáveis T-shirts que provam visita a lugar emblemático. Passada exibição eufórica aquando do após regresso, jazem no breu duma gaveta de recordações ou recatadas até serventia para dar banho ao cão ou qualquer tarefa menor.

 

Pior que o mercado, somente as hordas de turistas estivais que inundam a “boa velha Europa”. De máquinas em punho disparam-nas sem freio. Cliché humorado são aqueles que se fazem fotografar aparentando segurar a torre. Na volta, dirão que a salvaram de queda iminente. «Cromos» deliciosos!

 

Assinatura de Galileu

 

Retrocedamos ao século XVII e a lendas científicas. Uma envolve Galileu Galilei, o tal que ao sair do julgamento da Inquisição por crença no heliocentrismo, disse: “Eppur si muove!” O homem era coerente – melhorara trinta vezes a eficácia do telescópio conhecido por Trompa Holandesa e sabia do que falava.

 

Atrasemos a estória. Rodeado de estudantes, Galileu lançou uma pedra grande e outra pequena do cimo da Torre de Pisa. Discípulo do Mestre garante terem chegado ao mesmo tempo ao solo. A inclinação deu arranjo: na queda, os objetos lançados alcançavam o terreiro sem tocar nas paredes. “Estranho!” clamaram em uníssono os assistentes _ "A pedra maior devia ter chegado primeiro." Ledo engano: esqueceram a força contrária do ar, tanto mais intensa quanto maior a massa do corpo em queda, seja a altura do lançamento suficiente.

 

José Bandeira

 

No quotidiano, largados em simultâneo e de pouca altura, pedaço de chumbo e pena, o primeiro atinge mais depressa a base. Olha a maçada! Estaria errado Galileu? _ Nem um pouco. Explicação reside na força resistente do ar. Sendo minimizada pela maior distância percorrida pelos corpos, formiga ou elefante, pobres coitados!, aterram ao mesmo tempo. Chegarem inteiros e com saúde é estória outra.

 

Em condições ideais, expurgado o ar até ao vazio, formiga e elefante, chumbo e pena caem ao mesmo tempo na obediência à lei da dinâmica: Fr = mar (a força que resulta de todas as aplicadas a um corpo com massa(m) determinada é proporcionalmente direta à aceleração resultante). Sendo nula Fr, também o será a aceleração comunicada. No vazio, aplicada na queda apenas a força da gravidade exercida pela Terra e sem a força resistente do ar, diferença ente obesos e anoréticos na chegada à base não existe.

 

 

Estudantes cábulas memorizam a lei de modo simples: “A força é má”. Ámen.

 

Nota: há pouco, texto publicado também aqui.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 12:12
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