A publicidade, como lhe compete, adapta-se aos novos tempos. Na televisiva e radiofónica, a mensagem ‘poupar’ ganha intervalos de tempo progressivamente maiores se todos bem somados. Contradição quando o objectivo é vender para alguém comprar. Mas, no subliminar, lá está o alvo primordial: consumir.
Por modos outros - crise política, económica/financeira, social - é recomendada contenção. Autocontrolo nos comportamentos, nos gastos. Estudos importados e sérios garantem relação entre agressividade e autocontrolo. Os obrigados a limitar consumos que derrapam num apelo tendem a focar a atenção em rostos que exprimam raiva e menos nos que reflectem medo. Da mesma maneira, quem faz dietas e come fruta em vez do bolo cremoso que lhe apetece escolhe filmes violentos onde é exibida vingança. Quem não conhece o humor canino dos que optam por regimes de emagrecimento ou de privação tabágica?
Termos impositivos como ‘precisa de’, ‘tem de’ provocam irritabilidade naqueles cujo autocontrolo está em alta. Os responsáveis das políticas que a todos abrangem devem estar alerta sobre as consequências dos encorajamentos negativos, imediatistas, nas atitudes quotidianas dos cidadãos. Substituí-los por incentivos positivos a longo prazo pode ser factor decisivo na paz social e no empenho em saudáveis mudanças comportamentais. Talvez suavizado o acabrunhamento de que padecemos e que nada contribui para o bem comum.
CAFÉ DA MANHÃ
Porque é Dia Mundial da Poesia, Herberto Helder por Mário Viegas e Rodrigo Leão.
A homenagem ao Helder, ímplicita, fica muito bem mas o descuido com o actor, explícita... cuidado! É a primeira vez que oiço o Viegas dizer sem que se perceba - a gravação não presta e a dona da casa pode mudar.
(a mania dos dias disto e daquilo é um bocado irritante; prende-se com o que comenta? Vai ver que sim - nos consumos e nos apaziguamentos)
(démodé, para alimentar oego ao outro e para não perder o français como língua de cultura ou já ninguem se lembra? Sabe que há escolas onde se ensina inglês e alemão em vez de francês? É cómico ou não?)
'bora, vamos todos ler o Schiller em vez do Voltaire ou o Goethe em vez do Proust. Ou o Grass para entreter! É muito mais fácil e muito mais próximo de nós. Ist'aqui nem nunca foi afrancesado... desde o sécXII! Ist'é PURTUGAL. VIVA!
Não sei se estoiu a falar da mesma coisa,mas não será este espanejar de aves decorativas uma forma ,ou ritual,de uma auto publicidade? Presunção e agua benta...