Claude Théberge e autor que não foi possível identificar
São falados os espinafres e leite japoneses contaminados pela radioactividade emanada da central Fukushima Dai-ichi. Em período de alertas, outros surgem via e-mail. Dentre eles, seleccionei o do 'peixe-gato'. Verdade? Mentira? A verdade da mentira?
'Peixe gato' ou panga: dizem-no prova danosa da globalização. A preço acessível, consumido predominantemente sob a forma de filetes, resulta de cultura intensiva no Vietname, mais precisamente no delta do rio Mekong. Ora, acontece que os pangas dali estão infestados com elevados níveis de venenos industriais e bactérias por ser o rio um dos mais poluídos do planeta.
Pouco há de natural nestes pangas: são alimentados com peixes mortos, restos de ossos das secas, tudo sob a forma de farinha; o oposto da alimentação num ambiente natural. Semelhante ao método alimentar 'vacas loucas´, a dieta dos pangas está desregulada - crescem quatro vezes mais rapidamente do que na natureza. Injectadas com hormonas femininas derivadas de desidratado de urina de mulheres grávidas, as fêmeas pangas produzem ovos em grande quantidade (uma panga, de uma só vez, gera aproximadamente 500.000). De modo linear, são peixes acelerados no crescimento e reprodução através de químicos produzidos por uma empresa farmacêutica na China. Ao comprar pangas, comércio agora aceite pelas nossas grandes superfícies, aumentamos lucros de empresas gigantes, sem escrúpulos e gananciosas. Nestas, é inexistente preocupação com a saúde e o bem-estar dos humanos.
"Devido à prodigiosa quantidade de pangas, irão acabar noutros alimentos: surimi, peixe terrines e, provavelmente, nalguns alimentos para animais." Será? Pelo não, pelo sim, fica escrito.
Veneno presente? Presente venenoso? Tinha obrigação de ir mais longe... mais fundo... mais ao sério. Muitos desses alertas podem (e devem) ser desmontados e sempre se aprende (e ganha) com esse salutar exercício.
«Peixe panga sem químicos
O peixe panga, originário sobretudo do Vietname, está envolto em polémica. Não descobrimos problemas graves e continuamos atentos.
Circulam notícias na Net e chegam-nos dúvidas de associados, nos últimos meses, sobre o peixe panga: que está contaminado com bactérias patogénicas (Listeria monocytogenes e Vibrio cholarae, causador da cólera), metais pesados e resíduos de medicamentos anti-infecciosos e hormonas.
Testámos cinco marcas que vendem filetes de peixe panga ultracongelado. Realizámos análises microbiológicas e quantificámos metais pesados e resíduos de medicamentos anti-infecciosos. Encontrámos microrganismos a 30ºC e Listeria monocytogenes, bactéria potencialmente patogénica, na Froxá, Pescanova e Sarovar Pesca, em valores que não ameaçam a saúde pública.
Resultados...
Não encontrámos metais pesados nem resíduos de medicamentos anti-infecciosos. Verificámos não haver problemas associados ao seu consumo. Porém, estamos atentos.
Originário do Delta do Mekong, no Vietname, o peixe panga ou gato, nomes comuns dados à espécie Pangasius hypophthalmus, produzido em aquicultura, é vendido fresco e ultracongelado, em filetes. O preço por quilo das amostras testadas varia entre 3,38 e 5,98 euros.
Quase sem espinhas e de gosto neutro, é aconselhado, devido à textura, para cozinhados em wok, panados e cozidos. Última atualização em novembro de 2009»
Informação relacionada
* Como reconhecer peixe fresco (vídeo) * Pescada congelada (artigo da revista)
Ao longo de sua vida, um panga sofre alterações periódicas de sexo com até 30% da população sendo hermafrodita de uma vez. Apesar da presença de ambos os órgãos sexuais, é de grande importância considerar improvável que ambos órgãos sejam ativos simultaneamente. Os pangas são lentos para atingir a maturidade sexual, com um tempo mínimo de 4,5 até 14 anos para a duplicação de sua população.
Os pangas se alimentam de estrelas-do-mar e de bivalvias.»
http://pt.wikipedia.org/wiki/Panga
Esta também terá tido?
E esta agora?
«Nesse contexto, iniciou-se, em 2009, a importação do peixe Panga, uma opção de excelente custo-benefício (25% mais barato que outras espécies, como a Merluza) ao consumidor, que ocasionou a forte aceitação do produto no mercado. Porém, o Panga começou a sofrer retaliações e a ser alvo de falsas atribuições com relação à sua origem, principalmente na internet, o que vem dificultando a sua consolidação no Brasil.
O Panga é cultivado há mais de mil anos no Rio Mekong, no Vietnã, um dos maiores rios do mundo, localizado no sudeste asiático. Há muitos anos, é exportado para mais de 240 nações, entre elas os Estados Unidos, todos os países da Comunidade Européia, Japão, Rússia, Austrália, entre outros. Só este fato bastaria para atestar sua qualidade e segurança para o consumidor. Ainda assim, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil realizou uma série de análises nesta espécie, com o objetivo de confirmar a alta qualidade do produto, que foi aprovado sem restrições.
O Panga tem as características que o consumidor brasileiro sempre desejou em um peixe: tem textura firme, cor branca, sabor suave e sem espinhas. É muito versátil, permite vários tipos de preparos (grelhado, frito, assado e ensopado) e possui um ótimo custo-benefício, por conta das técnicas avançadas de criação e processamento utilizadas pelo Vietnã. Além disso, destaca-se a praticidade do peixe congelado, comercializado limpo e em filés.
Desmistificar a origem do Panga pode ser um passo importante para atingir o consumo per capita de pescado indicado pela OMS. Sendo assim, gostaríamos de propor uma pauta que abordasse as qualidades desse peixe, bem como seu fácil preparo e sugestões de receitas.
A Leardini, um dos maiores fornecedores de pescado do Brasil, foi a primeira empresa a importar o peixe Panga.»