Domingo, 3 de Abril de 2011

DE NÓS PARA TODOS

 

Haviam sido aroma distante. Quando a glicínia surgiu como Norte de bússola, mais enrodilhou emoções como, dela, os troncos enlaçados no ferro/grade. Espessos pelos anos, corredores de seiva nunca perdida, os cachos lilás pendiam impressivos. Majestosos. Impossível arredar os olhos do verde novo que luzia cerca deles e os protegiam de ventos contrários ao crescer do momento. Do alto, folhagens ciciavam brisas que os sentidos davam conta e, sem o mostrarem, ondulavam com elas.

 

 

Os rebentos brotados dos troncos ainda por encascar condiziam com falas novas e de sempre quando o sentir é lume. O dia meado, soalheiro, tudo via e ouvia sem pestanejar nuvem que fosse como cúmplice astral.

 

 

Frente ao pavilhão dito chinês cujas portas escancara mais adiante nos meses, balaustrada em pedra esculpida, recanto atapetado por cerâmica, vergas que pedem assento. Quem julga apenas atravessá-lo, a sedução do lugar pede intimidade, exaltação no florir de sentimentos.

 

 

Esculturas/ícones acompanham escadaria simétrica da primeira. E do pensar surgem as palavras do ‘comboio descendente’ do Zeca Afonso sendo que quem as pisava nem vinha de Queluz nem rumava à Cruz-Quebrada, conquanto não importasse avançar de Palmela a Portimão. Desejo que a fala omitiu.  

 

 

No palácio, os frescos, os dourados, pastéis nas cores, o luxo do restauro, as mil luzes redobradas por espelhos e salas muitas em corredor romântico. Destoam os reposteiros que desvendam gloriosas portas-janelas – organzas medíocres, em vez de brocados ou veludos ou cetins. Sem detença, os olhos avançaram.   

  

 

O labor do ferro forjado em mostra trabalhada de acordo com o uso do tempo é portão. Por ele saíram corpos enlaçados sem mãos que pela mútua força nos dedos apertassem o que já dilatava emoções nas veias e artérias latejantes. Último olhar para o frontispício talvez em lioz talhado em rosas que são e colunatas que não.

 

 

Mais lioz, amores-perfeitos cor-de-fogo, de chama que também, assim as almas o queiram e queriam, incandescem fala e sentires. O exterior das cavalariças, pertença do palácio no lado fronteiro ao portão, oculta do século dezanove azulejos e madeiras nobres, clarabóias e jardins. Subindo a escada de caracol vedada a curiosos, Lisboa e rio e outra banda. Deslizando para dormida o sol no horizonte, que imagem, que pintura, que memórias!…

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:43
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De Cao do Nilo a 4 de Abril de 2011
ESTÁ BEM ESCRITO ?...ESTÁ
FOTOS E SÍTIOS OK?..... TAMÉM

But... e o book que a fará suar as estopinhas?

A Melua é mesmo boa....e estou a repetir-me.(outra vez)

Para digestivo

You Tube

The Doors "Albinoni's Adagio"
De Maria Brojo a 7 de Abril de 2011
Teresa C. - que bem me soube! Merci.
De c a 7 de Abril de 2011
Espero que goste:

The Doors - People Are Strange

Symphonic version by Nigel Kennedy
beautiful street art photos by catherine dalançon

http://www.youtube.com/watch?v=WMy72hhq_YA
De Maria Brojo a 7 de Abril de 2011
C. - esta não esperava! Que interpretação, deuses! Sai amanhã.
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