José Gil, um dos vinte e cinco pensadores mais creditados no mundo, afirma estar quebrado o ciclo de esperança numa vida melhor iniciado com o 25 de Abril. Já antes fora dito ser a geração dos pais de hoje a última que melhorou a qualidade de vida traduzida em bens relativamente aos que lhes deram vida. Retomando José Gil, findou a última narrativa da revolução de há trinta e sete anos.
Pelo Fernando Alves nos Sinais ouvi que dos juízes pequeno-almoço diminuído influi na pena atribuída aos réus. Havendo estômago que horas sinaliza, a gravidade do castigo aumenta. Após o almoço, é distendido o órgão no pós-prandial. A bonomia fica acrescida, e as sentenças mais ligeiras. O mesmo jornalista recomenda que Teixeira dos Santos adie até ao final do almoço decisões com o FMI. Estou com ele no cogitar – sendo fidedigno o estudo, mais beneficiará a nossa mendiga condição.
Passos Coelho e todos nós muito temos a aprender sobre as ilações da história que ele contou: num jantar com proeminentes figuras madeirenses no Funchal, tomado o café/remate, aproxima-se islandês. Sem pejo, diz o nórdico semelhante a isto: _ "Espero não ser a Islândia a pagar-vos a refeição." Nem de propósito ou com propósito inteiro a campanha eleitoral lá na terra está centrada na ajuda financeira a Portugal. Declaram-nos povo que não aprende com os erros, insolvente e teimoso - qualquer cêntimo saído dos cofres daquele país do Norte cai no buraco sem fundo português. Esquecem que a Europa mais o euro vão para o buraco connosco.
Bem pensa quem escreveu esta reflexão:
“tal como dizia ontem, por este comentário vê que não sou só eu a pensar que os agentes do problema são os mesmos que o avaliam - as agências de reitingue e outras agências de informação privadas - e os mesmos que se oferecem para ajudar a resolver -os agrupamentos de bancos constituídos ou não em entidade de direito internacional - os quais, por sua vez, são controlados pelos mesmos accionistas e decision-makers.
Tem graça o tipo dizer alguns nomes; cá pra mim serão nomes de segunda linha mas há quem nem isso diga. Também conhecemos cá alguns nomes; também de segunda linha - vara, d.loureiro, jardim - também ditos de passagem e também os deixamos andar a apanhar sol nos trópicos... (não falando na quota-parte de responsabilidade dos banqueiros themselves)
Há alguma dúvida de que a dívida tem que ser reestruturada, embora Portugal não produza e, nesse aspecto e por essa razão essencial, tenha que se reduzir o poder de compra de tod'a gente?
Porém, é bom não esquecer que quem consome e esbanja mais - dessa curta produção nacional - não é quem ganha menos.
(*)este coment é apenas um panfleto fraco; mas é verdadeiro e explica, em parte. Se este comentário fosse dirigido e eficaz não passava, na tv!”
"Declaram-nos povo que não aprende com os erros, insolvente e teimoso - qualquer cêntimo saído dos cofres daquele país do Norte cai no buraco sem fundo português. " Infelizmente não deixa de ser verdade. Porque razão as contas públicas só estiveram equilibradas em época de ditadura? Para mim, democrata convicto, este facto revolta-me. E como estudante de Mestrado em Direito Administrativo sei dos muitos desmandos destes loucos que nos governam (nem vou tentar enunciar alguns destes crimes contra o Povo Português, senão não saio daqui!). O que os nossos governantes fizeram, desde a mandato do Cavaco (pelo menos) até agora foi vergonhoso. E um crime.
"Esquecem que a Europa mais o euro vão para o buraco connosco." Não deixa de ser verdade. Mas também não deixa de ser verdade que deviamo ter vergonha na cara de termos os governantes que temos.
Ter vergonha disso? Ou não... Ter vergonha de nós? Ou não...
Há um jeito tremendamente hipócrita de vermos as culpas só na terceira pessoa (que, no entanto, é como nós, melhor que nós?, eleita por nós, mais corajosa que nós?).
Já alguém classificou essa nossa 'virtude'... que também tem a ver com os 'treinadores de bancada' que tanto brilham à volta dos estádios :-(
Não sou uma pessoa pessimista, nem gosto de estar sempre a falar mal. A minha atitude pessoal perante a vida é de enfrentar os problemas. Mas esta crise da treta tira-me do sério. Ela poderia perfeitamente ter sido evitada. Mas não. A ganância doentia de uns, a apatia e ignorância de outros deixou este País de rastos. E estamos a sofrer com isso (eu estou, pode ter a certeza). Cumprimentos
Penso,não tendo a clarividencia poilitica da crónica,nem tão tão pouco o conhecimento profundo de comentários citados,o nosso drama(será só nosso?)se deve ao oportunismo necrófago de quem,esperou o momento oportuno para denegrir e esmagar toda uma Europa que se desejava social e prospera. Que descanse em paz a união Europeia,que o Euro tenha uma morte suave e não dolorosa como se adivinha.
Somos assim: tal como o pandrial, que de tão raro e incomum até passa indigesto, quando devia assentar melhor na sua forma de origem, deslisando suavemente em prandial serenitude.
Falta saber qual é o órgão que se distende...?
prândio s. m. 1. Poét. Jantar. 2. Refeição suculenta.
E fica visivelmente pesada a construção 'Após o almoço, é distendido o órgão no pós-pandrial'.
Desenganemo-nos. Já não andam outros povos à boleia dum almoço. Já todos (menos alguns de nós?) sabem que 'não há almoços grátis' e que 'nem só de pão vive o Homem...' ou seja, hoje é mais importante fazer dieta (poupar?) que atascar-se em lautos banquetes... Triste figura? Lamentável, no mínimo.
PS- Os juízes também estarão de mau humor pelas sextas que (já) não são de caçadas e pelas férias que (já) não são alongadas.
Era uma vez um de Oxford académico de esquerda que com a namorada goza férias em Antígua . Passam depois pelos Alpes Suíços etc. Offshores e traições de banqueiros políticos e mailo put....edo todo...
Ler de John Le Carré : "Um traidor dos Nossos" Está lá tudo e dalguma maneira lava as mágoas nossas...