Doces, subservientes, ingénuas ou malvadas, temperamentais, sedutoras. Lindas, todas. Musas de realizadores e costureiros cujo renome transtornava a cabeça das mulheres. Plissados? Preto e branco? Drapeados? Pérolas e laçadas? A Bouvier (Jackie Kennedy) usa? A Ingrid Bergman também? E repetiam, e zurziam as costureiras não sendo perfeitas as cópias dos figurinos. Entre alfinetes e alinhavos, desfiadas exigências como contas do rosário que sabiam de cor. No "mês de Maria", terço rezado diariamente. Porque sim e pelo sim, pelo não.
Era a época do celulóide _ os polímeros haviam nascido nos forties. Dos mitos nados em Hollywood, França e Itália. Deles, fora do tempo em que nascera, teria memórias complementadas pelos filmes que a Cinemateca passava. E a mulher viu, mais tarde, o que a mãe lhe contara. Do escândalo com a nudez da Bardot que admirava. Dos casamentos múltiplos da Taylor. Das paixões engendradas nos estúdios. Da Bacall, da Loren, da Katherine e da Audrey Hepburn. A Katherine, pelos anos trinta, chamada 'veneno de bilheteira' _ dos 15 filmes realizados nessa década, a maioria foi fracasso económico. Pelos quarenta, seria a eterna amante de Spencer Tracy. Depois princesa, Grace Kelly. E a miúda aprendeu. No ecrã, regrediu ao tempo em que não era. Aprendeu a ver e escolher cinema que bem a sentasse no ‘escurinho’ cúmplice. Por isso trauteia ainda, da Rita Lee, "No Escurinho do Cinema".
A mulher, sem dar conta, tomou por seus gestos e tiques: como descalçar meias de liga, despir um vestido, atirar para o lado os sapatos mesmo se o desejo é mandador. Viria a recontar contos do cinema. Partilhar clássicos com os filhos. Gerações cinéfilas que persistem em filmes de autor. Se independente, esperam diferença/surpresa. Novos actores e actrizes descobertos no escuro da sala onde o ecrã foi e é protagonista. Como a mãe. Como a avó.
É como escreve Teresa,foi uma época diamantina do cinema. Tudo se cópiava nas sociedades citadinas do rectâgulo,no gesto re no modo. Foi um marco no tempo.
Diamantina Rodrigues: “Adorava entrar na igreja de branco”
"Licenciei-me em Ensino de Matemática e dei aulas durante cerca de oito anos"
"Tenho muitas saudades de ensinar mas não tenho saudades do sistema de ensino. Tenho saudades da sala de aulas mas não da escola"
"Tenho um ar muito extrovertido, todavia continuo a ser muito reservada, sem gostar de ter muita gente a olhar para mim. Gosto de ler, ver televisão e cinema"
"Gosto de fazer tantas coisas!... Gosto de ir ao cinema e namorar.
- Tem namorado?
- Sou pseudo-casada, ou seja, vivo junta. Chama-se Nuno Pedroso e não é da televisão"
"Tenho os meus bons momentos de felicidade. Julgo que quem diz que é totalmente feliz está a mentir. Todos nós pensamos que deveríamos ter feito outras coisas, deveríamos ter seguido outros caminhos... E isso deixa-nos um bocadinho nostálgicos"