Bart Lindstrom
Após fim-de-semana repartido entre trabalho e lazer, decisões sérias sobre património familiar, um ouvido na rádio, outro captando sons da consciência, apaguei da memória a campanha das sardinhas, bares e chuvadas e maldizeres. Decidida a orientação do voto, persisto na substância que dos folclores se eleva. Escolhi ideias em detrimento de pessoas que nos média as simbolizam. Ainda assim, averiguei se entre pensamentos e postura havia incoerências. Não as achando, optei e, somente pelo termo achar, veio à lembrança estória que testemunhei. Ocorreu numa missa dominical de aldeia e julgo-a por aqui já contada. Em duas penadas, o resumo: avó arrasta o neto pela mão com o sentido no ritual abençoado que ao neto sirva e ensine. Sendo o garoto pequeno e manifestando tédio, ocorre-lhe como motivo de fuga a urgência dum «xixi». Sussurra à avó a precisão. Autoriza. O catraio sai em demora pouca. No regresso, lamento baixo: _ Não o «áxo»! A avó, lesta, verifica se a braguilha está aberta. _ Despacha-te. Na volta, tão enfastiada como o neto, inquire: _ «Axáste-lo»? Responde o petiz: _ «Axei-o». Deo Gratias dizia o sacerdote.
Como antes, como agora, importa a destrinça entre o acessório e o que faz diferença. Fartos estamos de abordagens delicodoces também por via de papelotes com esferográfica anexa. Louvo a míngua de ofertas e recursos que a ‘crise’ justifica para aqueles que, astutos, recusam ficar mal no retrato poupado. O meu «axei-o» tranquiliza-me. Certa estou da sensatez na resposta à pergunta «Axáste-lo»?
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros