Sorrisos. Arredondar para cima os lábios. Luzir o olhar. Do rosto fazer sol a cobrir de alegria os seres. Qual a amargura que resiste ao instante solidário dum sorrir? Desenhar na face brilho espontâneo é jóia entesourada a partilhar com outros. Forçá-lo é hipocrisia que transforma em pechisbeque o oferecido. É luz de candeia mal parida cuja combustão fede.
Há quem condene a expressão livre das expressões pela inconveniência de exibir sentires num mundo afirmado «cão». Alegam fornecer armas aos outros, potenciais inimigos nas sociedades competitivas. Vulnerabiliza o tresloucado que rejeita esconder-se sob a capa da contenção. E depois? Tantos ‘loucos’ pontapearam convenções e por eles a humanidade avançou...
Acolher a verdade dum sorriso que alguém oferece é o apoio em falta na alavanca de Arquimedes capaz de erguer o mundo neste tempo de cóleras.
concorda-se facilmente com a genuinidade de um sorriso na origem de uma aproximação, semente de laço, um dia um bocadinho mais feliz por cada sorriso percebido, partilhado ou despontado, efeito contágio benigno, vacina contra o mau humor, o desespero, a má vontade, a frieza e o negativismo, cada átomo de sorriso gera fusões nucleares de bem estar, melhora o mundo em redor pronto a ecoar e devolver, eis a dádiva de uma atmosfera benfazeja plantada na simplicidade de um sorriso...
simplicidade? bem, laboratorialmente comprova-se que um só esboço de sorriso contém bibliotecas de tratados fisionómicos, fisiológicos, antropomórficos, fisio-terapêuticos, ensaios de ciências da motricidade, estudos de animismo, poemas de alma, elegias de postura, literaturas de costumes, manuais de relações humanas, powerpoints de estratégias de vendas, catarzes teatrais, radiofónicas e desvios de gargalhadas colossais!!
há uma complexidade muscular, anímica, psicológica, neurológica, convoca e envolve os sistemas simpático e para-simpático, activa a circulação, defende contra problemas cardíacos, imuniza contra a depressão, o fanatismo e a obsessão, melhora a derme e a epiderme, tonifica o aparelho maxilo-facial, desimpede as vias respiratórias e outras, ajuda a lavar a língua e os dentes, dinamiza a lubrificação lacrimal, imaginal e etc&tal, elimina bactérias e...
e o sorriso faz de nós uma espécie muito especial: seres humanos!!!
será que a hiena sorri (ou sorry? e o chinês? a das bactérias é surrealista ;-)) já o desvio ... colossal é demasiado intencional e deixa-nos (quase) em fase terminal. pode também ajudar a resolver a crise, pois para tanto dente exposto haverá negócio pela certa ;-)