Hannah Duncan e autor que não foi possível identificar
A notícia da manhã que mais tocou a ‘menina da rádio’ foi a das dezassete empresas mensalmente fechadas em Portugal até ao final de Junho. Para os ramos dos têxteis e vestuário, calçado e couro, para a construção e para o comércio grossista ou a retalho, a tragédia da insolvência abate pequenos e médios empresários e, com eles, milhares de trabalhadores e respectivas famílias.
Aos quarenta e cinco anos, é ‘velho’ o candidato a novo trabalho. Mudando a perspectiva, naquela idade e sendo funcionário antigo de grande empresa, o lugar ocupado ganha solidez pela experiência acumulada, pela mais ou menos vultuosa indemnização por vinte anos de trabalho Despedidos os mais novos nos emagrecimentos empresariais como quem sacode moscas incómodas. Acima dos cinquenta, acena o perigo de ser colocado em prateleira ou ir para casa numa pré-reforma sem honra – nem medalha ou uma parker é lembrança. Resta a legitimidade duns dinheiros supostamente compensadores.
É fácil constatar o até aqui tratado. Circulando nos bairros, homens e mulheres em idade laboral despendem o ócio forçado nos cafés e esplanadas, na compra do jornal onde sinalizam anúncios de empregos. Em grupo jogam às cartas, cavaqueiam, maldizem a situação económica e os políticos. Nos supermercados, espiolham preços, retiram um queijo, voltam a pô-lo no mesmo sítio. À saída, pendem das mãos sacos meio vazios.
rectius, empresas com processo judicial, pois muitas mais fecham ou paralisam a actividade mantendo existência legal ad infinitum ou até que o IVA as extinga por dívidas e incumprimentos declarativos
em contrapartida, abrem muito mais empresas diariamente do que as que por mês são fechadas
o frenesim pode ser visto à porta dos registos (INPC e centros de formalização de empresas) e deve-se ao natural espírito empreendedor e a uma extraordinária simplificação do processo de constituição de uma empresa/sociedade comercial: hoje nem é necessário capital, para começar 1 €uro chega, depois logo se vê
e de facto pode ser sinal de esperança, a iniciativa individual (e, depois de em muitos casos, se dar com os burrinhos na água) intercala com experiências associativas (sociedades verdadeiras, com diferentes sócios que aportam diferentes valências e constituem massa crítica suficiente) que são geradoras de actividade empresarial e realização de serviços necessários à comunidade, incluindo muitas ideias de produção ou confecção nacional, o que é imprescindível para a criação de emprego e para a endogeneização da economia - é insustentável continuar a importar tudo, certo que é mais barato em muitos casos mas temos que encontrar produtos que possa ser fabricados em Portugal e preferidos pelos consumidores portugueses ou susceptíveis de exportação, o que por sua vez implica inovação e competitividade, produtos diferenciados susceptíveis de cativar consumidores estrangeiros
curioso é ver que as actividades culturais mantêm vitalidade, ainda bem, oxalá seja o motor para alguma recuperação, do ânimo e da economia
António - justa rectificação e feliz acrescento. Ao texto faltou optimismo, conquanto a intenção tenha sido enfatizar o drama do desemprego e a malvada injustiça que acarreta.
ainda bem que deixou a fonte acessível, pois o 17 com que pretendia impressionar é uma gafe de efeito inverso (tiro pela culatra?). números mais pesados são 3.000 (em 6 meses) ou 500 (por mês) contra 17 (por dia) que até parece a coisa mais corriqueira em tempos de globalização.
ainda por entender fica a omissão da tendência oposta, em que um simpático 18 animaria a malta mais jovem: 20.000 empresas criadas no 1º semestre (contra 16.500 em 2010).
ainda convem esclarecer que 'couro e calçado' é um sector de actividade e que o grossista e o retalho são coisas distintas.
será que além da Parker e da medalha ainda se oferece um Ómega?
Em tempos de globalizacao, se 17 empresas sossobram ,17 que iniciam a atividade sossobrarao...é o preco a pagar pelo encanar da perna à ra dos por nós votados rapazes e raparigas. Sejamos objetivos . Se em trinta e tal anos de vacas gordas (e loucas ) e muita grana desviada para privados consumos (bom dia brigada de crimes económicos)nao conseguimos pedalar até ao pelotao da frente(bom dia contabilista mor)por que raio de Santa Bárbara iríamos agora deixar de ser o "Portugal dos Pequenitos"? Alma até Almeida sim... mas nao confundir género humano com Manuel Germano... per piacere. E como dizia o outro :os ricos que paguem a crise.E se a revolta trouxer Marx de volta ... pois será muitom bemvindo...!
ou seja, menos do Tejo e do Zêzere? se abrem tantas como fecham... não será tão mau assim: prevalecem as melhores. a alternativa que deseja é que não votemos. talvez nunca volte a acontecer, para o bem e para o mal. o Anders é anti-Marx. poucos serão pró-Marx. já foi. o Anders é pró-Putin. pequeninos... mas com grandes atributos ;-))