Mestre Real Bordalo, Katherine Doyle
Tem dezoito anos que o alongaram até quase metro e noventa de altura. Esguio, sorriso pronto, nado e criado numa família com desafogo económico. Cumpridos os exames, é candidato à faculdade. Anteontem de manhã, deu-lhe que fazer melhoria da nota através da prova nacional de matemática, segunda fase. À tarde, já ele seguia para férias merecidas pelo empenho no estudo. Antes, aproveitara momentos de descanso para, juntamente com amigos, reunir objectos em desuso ou não imprescindíveis. De madrugada, o encontro. Carregavam sacos e mochilas e ala que tarda escolha do lugar na Feira da Ladra. Fez maquia com a intenção de poupar as finanças da família dos gastos que férias sempre acarretam.
O João e o mesmo grupo de amigos destinaram a última semana de Agosto e a primeira de Setembro à apanha de flores e fruta na Holanda. Objectivo do João: auxiliar na despesa que em casa houve com as explicações de matemática, o seu calcanhar de Aquiles. Tudo ocorrido em ambiente familiar abonado, não sendo único o caso, revela valores sólidos, que em pequenino foi torcido pepino, recusa de construir autonomia baseada nos bens e haveres paternais. Lutar por objectivos com trabalho e suor. E se lá fora são comuns vontades assim, no espírito de gorda fracção dos jovens portugueses ainda reina o laxismo, o vício do encosto à família super-protectora e, por tal, permissiva.
CAFÉ DA MANHÃ
“Do Nilo” chegou o vídeo.
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