Fabian Perez
Não me lembro da última vez que me maquilhei. Há três semanas, as unhas luziam com verniz, as mãos tiveram direito a massagem com creme, a pele do rosto tonificada à noite. O cabelo, infeliz, já nem deve recordar-se da máscara hidratante no final de escorrido o champô. Sobre pés e pernas devia ter vergonha - nem um pingo me aflige! - tantos são os arranhões por culpa de tojos e silvas, os hematomas por pancadas inadvertidas na pressa – vício que não desminto – de tudo fazer sem delongas.
Soando o clarim interior ainda o dia mal se espojou, começam rodopios na casa, de cima para baixo e seu contrário. O carrito anda num virote tal que nem faz sesta ou adormece na garagem; vale a latada do jardim que o abriga com a vantagem do portão da frente permitir maior ligeireza nas manobras. Desgraçadamente sujo, mais parece chapéu de pobre o que, de resto, anda próximo da verdade, merecendo, contudo, ser promovido a viatura de bombeiro pelos bons serviços nas urgências de recados e abastecimentos.
Ocasião para misturar óleos e preencher tela? Nem uma! Leitura apenas na cama enquanto o sono hesita ou em curto intervalo no pós prandiial em que é satisfeita a gula do corpo inteiro por Sol. E o reforço ‘inteiro’ traduz a mais límpida das verdades. Abençoada privacidade que liberta do inútil a pele…
Quem julgar queixumes de mulherzinha mal habituada o atrás contado, pois fique ciente de saborear a preceito cada pedacinho desta parte das férias. Chegam os demasiados meses em que arrebiques são precisos e algum tempo sobra para frivolidades. Neste lugar dos meus encantos que, uma vez ao ano, aproxima amores vivos, distantes, e protege raízes sólidas e ancestrais do psiquismo, respiro estar bem.
Aqui fica intenção que, por não ser de 1 de Janeiro sem ainda se ter despedido a ressaca das “Festas”, é para cumprir assim continue a ter amanhãs: _ Voltar e voltar, mês a mês.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros