Bill Fogé
Céu que promete chuva e não dá. Que é azul para depois não ser. Que parece de Outono para se empinar em Verão. Encerradas portas de estabelecimentos, cadeiras e mesas das esplanadas ao monte no dentro vazio. Tardes puídas para quem trabalha e não. Bronzeados lustram corpos à deriva no bairro e na cidade. Aos poucos, fenece num Agosto brincalhão que atrapalha projectos de água e sol dos que na cidade fruem restos das semanas de lazer ditadas pela vontade e/ou pelo patrão. Rostos cabisbaixos já cruzam o caminho. Talvez pensem como pagar os manuais e outras precisões para o recomeço do ano escolar. Talvez deitem contas à vida e concluam que o subsídio de férias desapareceu sem aviso com a semana de Algarve, nas idas e vindas para a Costa, no frigorífico que avariou, nos caracóis e nas cervejas ao fim da tarde que compensassem férias em casa e passeios desconsolados quando a noite descia. E a verdade nacional e a tristeza acumulada e o emprego que periclita e o desemprego sem termo à vista não auguram melhores dias. Talvez Agosto termine risonho e Setembro continue o riso, vindo, embora, de cima para baixo e não ao contrário como os olhares murchos pedem.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros