Madison Moore, Fabian Perez, M. Collier
Nunca soube dançar o tango com os adequados requebros e aventurosos passos. Arremedo - mais não faço. Mas gostava de o saber bailar. De me sentir envolvida em abraço forte que conduzir saiba. De percorrer o soalho harmonizada com o acordeão, as violas, as guitarras, as vozes dolentes gravadas em disco ou vindas de orquestra improvisada. Mas não sei os mistérios desta arte/sedução.
Dia a mais, inscrevo-me nos “Alunos de Apolo” sendo necessária a burocracia. Ou apareço, espreito os bons dançarinos e requeiro ensinamento daquele que aceda em aturar-me. Talvez consiga. Talvez me vicie no balanceio. Talvez não prescinda deste exercício outro que os ginásios esquecem. E eu, a mulher curiosa, baterá tacões na madeira, curvará a coluna sob o parceiro mandador, ensaiará riscos do corpo, deleitar-se-á com a novidade que a faz vibrar.
Vestido colado à pele que denuncie imperfeições dos músculos na dança, roda ao fundo para que as pernas sejam livres e avancem e retrocedam e encaixem nas do parceiro/professor. Gardénia que prenda o cabelo solto escorrendo costas abaixo. Gardénia no tornozelo direito tapando o botão onde a tira do sapato cola à perna. Então, ao chegares, saberás porque aprendi e, mesmo na ignorância do advir, sempre dancei para ti.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros