Richard Baxter
Nascida em localidade prosaica, fascinam-me nomes extraordinários dos sítios. Ainda pequenota, engraçava com a designação dos respectivos habitantes. Cabra, por exemplo, situada numa das margens cimeiras do Mondego; chamar «cabrões» aos que ali foram nados ou viviam não me parecia sensato. Mudança ajuizada, e a terra passou a Ribamondego, entrando tudo nos eixos.
De casos semelhantes está o país cheio. Cabrão e Cabrões resistem em Ponte de Lima e Santo Tirso, respectivamente. Ah valentes! «Vendas» há quatro: dos Pretos, das Raparigas, da Porca e das Pulgas. Vaginha, Vale da Rata e Vale de Mortos não desmerecem em originalidade. Punhete, para os lados de Valongo, Picha em Pedrógão e Purgatório são embaraço bastante paro os nativos que têm de o fazer constar. Cabeçudos, Bicha, Às Dez e Aliviada são decentes terras nortenhas. Decentes, mas um estorvo: Nascimento? Às Dez. Ou Aliviada. Ou Bicha. Configure-se, nestes casos, o fácies do burocrata de serviço e a reacção da fila que atrás aguarda, senha na mão e desespero no rosto - um pavor!
Teclas amigas informaram:” Bustos, Ancas e Mamarosa, formam o triângulo amoroso de Aveiro. Um pouco mais a Norte, a terra com menos letras de Portugal: um "U" e um "l" apenas: Ul, a escassos km de Oliveira de Azeméis. À entrada de uma bonita vila Alentejana, lia-se a placa "Manço". A população insurgiu-se por faltar o "s" no final - é que ali, não era só um, eram todos mansos, ou melhor, de Manços.” “Na EN 109, direcção Aveiro/Figueira da Foz, Carapellhos) é localidade.” E mais haveria para anotar, fosse profundo o conhecimento do país.
CAFÉ DA MANHÃ
Centenário do nascimento de Manuel da Fonseca.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros