Domingo, 11 de Dezembro de 2011

OCRE, LARANJA, "NARANJAS"

 

Na condição de visitante por horas, na Plaza de Espana reaprendi o gosto por Sevilha. Quando a luz e as cores entontecem, ainda hoje e passada semana e meia, faltam palavras que dela mais digam do que banalidades. Serão poupadas.

 

 

A Catedral ascende até ao antigo minarete árabe, La Giralda, que por tanta beleza sobreviveu à destruição da mesquita islâmica onde o actual templo foi implantado. Rampa em vez de escadas - por ali subiam a cavalo os encarregados de anunciar os momentos de oração – quem não teme os trinta metros e chega ao cimo da Giralda é contemplado com uma visão fascinante da capital da Andaluzia. Afirmam alguns que a Catedral pela sua extensão – é maior que a de São Pedro em Roma, a de São Paulo em Londres e a terceira no mundo – polui visualmente Sevilha. Más-línguas, pela certa.

 

 

O Bairro Judeu é perdição que ignorava. Descoberta que soube a pouco, tantos cantos, recantos, pátios floridos onde, na quentura estival as sombras apetecem e aliviam os corpos cativos do Sol impiedoso. Por ruelas estreitas e detalhes também é feito o bairro. A placa lembra ter ali nascido Murillo, o pintor que de modo soberbo representou o barroco espanhol. Outras surpresas emergem a cada esquina dobrada. Demais para caberem aqui.

 

 

Do Palácio dos Arcebispos e da cafetaria La Campana «fala» um conhecido escritor espanhol em livro de excepção. No conjunto dos que li da sua extensa obra, está em segundo lugar nas minhas escolhas. Como sempre, é exercício crítico sobre os comportamentos fétidos da humanidade. Aconselho a edição espanhola pelo esplendor original da escrita não sair desvirtuado numa tradução. Pergunta com direito a prémio: _ Qual o nome do autor e do livro mencionados?

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:59
link | Veneno ou Açúcar? | favorito
7 comentários:
De Cão do Nilo a 11 de Dezembro de 2011
O livrito foi traduzido para inglês com o título de "Seville Communion" . No castelhano de origem chama-se" La piel del Tambor"O felizardo que o escreveu ex reporter de guerra na ex Jugoslávia e paragens outras é hoje membro da Academia, e de sua graça Artur (ito) Pérez Reverte.Já leu o "Con ganas de ofender"? O gajo é mesmo ressabiado.
Bueno asi va la cosa ... Y que voy a ganar?
Como cantaria Sabina (o equivalente na musca do Reverte)me gustaria un cafelito( para un primo hermano). Corto de café y largo de Quijano...
Então para desgosto do Joli Rouge aqui vai o chá da noite...Quijano para que lo sepan....

http://youtu.be/7ISjND0sjrk

Voltando ao Sabina

Tenemos cenizas de revoluciones...

http://youtu.be/ubM6fSBE-Zs



De Maria Brojo a 12 de Dezembro de 2011
Cão do Nilo - boa! E agora temos o prémio: uma tela que recrie La Campana. Acha bem?
De Cão (também ) andaluz a 13 de Dezembro de 2011
Mto obrigado .
Aqui o prémio seu:não é meu (de autoria ) mas é como se fosse!

Poema Los Olivos de Antonio Machado

I
¡Viejos olivos sedientos
bajo el claro sol del día,
olivares polvorientos
del campo de Andahicía!
¡El campo andaluz, peinado
por el sol canicular,
de loma en loma rayado
de olivar y de olivar!
Son las tierras
soleadas,
anchas lomas, lueñes sierras
de olivares recamadas.
Mil senderos. Con sus machos,
abrumados de capachos,
van gañanes y arrieros.
¡De la venta del camino
a la puerta, soplan vino
trabucaires bandoleros!
¡Olivares y olivares
de loma en loma prendidos
cual bordados alamares!
¡Olivares coloridos
de una tarde anaranjada;
olivares rebruñidos
bajo la luna argentada!
¡Olivares centellados
en las tardes cenicientas,
bajo los cielos preñados
de tormentas!…
Olivares, Dios os dé
los eneros
de aguaceros,
los agostos de agua al pie,
los vientos primaverales,
vuestras flores racimadas;
y las lluvias otoñales
vuestras olivas moradas.
Olivar, por cien caminos,
tus olivitas irán
caminando a cien molinos.
Ya darán
trabajo en las alquerías
a gañanes y braceros,
¡oh buenas frentes sombrías
bajo los anchos sombreros!…
¡Olivar y olivareros,
bosque y raza,
campo y plaza
de los fieles al terruño
y al arado y al molino,
de los que muestran el puño
al destino,
los benditos labradores,
los bandidos caballeros,
los señores
devotos y matuteros!…
¡Ciudades y caseríos
en la margen de los ríos,
en los pliegues de la sierra!…
¡Venga Dios a los hogares
y a las almas de esta tierra
de olivares y olivares!
II
A dos leguas de Úbeda, la Torre
de Pero Gil, bajo este sol de fuego,
triste burgo de España. El coche rueda
entre grises olivos polvorientos.
Allá, el castillo heroico.
En la plaza, mendigos y chicuelos:
una orgía de harapos…
Pasamos frente al atrio del convento
de la Misericordia.
¡Los blancos muros, los cipreses negros!
¡Agria melancolía
como asperón de hierro
que raspa el corazón! ¡Amurallada
piedad, erguida en este basurero!…
Esta casa de Dios, decid hermanos,
esta casa de Dios, ¿qué guarda dentro?
Y ese pálido joven,
asombrado y atento,
que parece mirarnos con la boca,
será el loco del pueblo,
de quien se dice: es Lucas,
Blas o Ginés, el tonto que tenemos.
Seguimos. Olivares. Los olivos
están en flor. El carricoche lento,
al paso de dos pencos matalones,
camina hacia Peal. Campos ubérrimos.
La tierra da lo suyo; el sol trabaja;
el hombre es para el suelo:
genera, siembra y labra
y su fatiga unce la tierra al cielo.
Nosotros enturbiamos
la fuente de la vida, el sol primero,
con nuestros ojos tristes,
con nuestro amargo rezo,
con nuestra mano ociosa,
con nuestro pensamiento
?se engendra en el pecado,
se vive en el dolor. ¡Dios está lejos!?.
Esta piedad erguida
sobre este burgo sórdido, sobre este basurero,
esta casa de Dios, decid, oh santos
cañones de von Kluck, ¿qué guarda dentro?
De c a 13 de Dezembro de 2011
complemento...

El camino se hace caminando

e, já agora... uma 'corrente' ;-))

«Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa,
minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.
Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo. Eu me tornei meu próprio amigo .. Eu não me
censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou para a compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio.
Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante. Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento. Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia?
Eu Dançarei ao som daqueles sucessos
maravilhosos dos anos 60 & 70, e se eu, ao mesmo tempo, desejo de chorar por um amor perdido ... Eu vou. Vou andar na praia em um short
excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set. Eles, também, vão envelhecer. Eu sei que eu sou às
vezes esquecido. Mas há mais, alguns coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes. Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado. Como não pode quebrar seu coração
quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da
juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.
Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata. Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo. Você se preocupa menos com o que os outros pensam. Eu não me questiono mais.
Eu ganhei o direito de estar errado.
Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velho. Ele me libertou. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será. E eu vou comer sobremesa todos os
dias (se me apetecer).

Que nossa amizade nunca se separe porque é direto do coração!

http://www.youtube.com/watch?v=0NirQjEMqQw
De jotaeme a 12 de Dezembro de 2011
OLá Teresa: E a Espanha aqui tão perto! Penso que andamos "divorciados", deste espólio histórico que para nós olha todos os dias...Entre tanta monumentalidade "hermana" fica sempre bem a "portuguesa"!
Só se ouve falar de Economia, "ratings", "déficts", que na verdade descuramos muitas vezes o essencial e mais rico do humanismo! Pelo menos vou tendo o teu relato e alerta!
Fica bem!
Jorge madureira
PS: Porquê sempre,(ou quase) a comprovação pelo You Tube? Eu continuo a preferir um "Cimbalino"!
De Maria Brojo a 12 de Dezembro de 2011
Joataeme - tal qual meu Amigo. Mas que faz e sabe bem espreitar outras paragens, é certo.
De -pirata-vermelho- a 20 de Dezembro de 2011
(rais'partisss!)
mas ist'é pergunta que s'aplique?
(faz lembrar concurso da sic)
Mas quem que é que lê o Reverte e se lembra de detalhes deste ou quem é que está para andar à procura de quem o tenha lido para, com sorte, poder ganhar uma pintura adiada?

Esta post'à-prova não vale.

Invente outra qu'exija saber e conhecer ou inventar
e não pastiches d'adormecer e toc'andar
(q'maçada...)

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