Foi-me dito semelhante a isto: _ "Algumas frases das croniquetas que publicas saem boas, mas não escreves muito bem. Dás pontapés na gramática, tens alma; porém, tudo junto nada augura de bom. Não te comparas a um Mário de Carvalho, com qualidade sempre, ou a um Gabriel García Marquez em cuja obra somente reconheço como exemplar o “Cem Anos de Solidão”; os seguintes deslustram aquele. E se alguma editora aceitar o que produzes será livrito, nunca um Livro. Talvez o tenhas dentro de ti, todavia e até agora, faltam provas. Entendo por seres das Ciências. Poderás, com sorte, ter lugar na Fnac junto às menoridades em venda. Obras sem préstimo outro que o de encher bancadas para incautos. Porque sou teu amigo tenho o dever de te prevenir."
Escutei, atenta, o áugure que acabara de ler as pautas dos voos das palavras saídas desta chaminé virtual. Ideias a merecerem ponderação – quem lê e o faz bem é crítico que importa. Possivelmente outros, com mais saberes em leituras, não só assinariam por baixo, como acrescentariam dureza à apreciação.
Reconheço a fragilidade do «jeitinho» que possuo para juntar palavras e edificar textos. Concordo ter alguma dificuldade em pontuar, as mais das vezes por distracção a gramática sofrer arranhões, ignorâncias imperdoáveis. Quilómetros de páginas lidas escritas por nomes grandes das letras não formam um escritor. E se alguns desses célebres autores são consensuais, outros incorrem em divergências opinativas como é natural pela diversidade humana.
Para a mulher que ama a escrita e tem livro (livrito?) em revisão foram duras as palavras ouvidas. Não desiste e lembra Jacinto de Magalhães reconhecido por poucos no seu magnífico “A Água e o Silêncio”, sem que ao talento dele compare o seu.
«Como distinto médico geneticista, fundador do Instituto de Genética Médica do Porto, Jacinto de Magalhães foi e continua a ser uma personalidade sobejamente conhecida. Embora tivesse falecido em 1987, apenas com quarenta e nove anos, muitos daqueles que com ele lidaram de perto mantêm-no bem vivo na memória. Viva também é a sua faceta de escritor e poeta que, embora menos explorada, é digna de muito apreço. Para além de ter sido director científico da revista de cultura Nova Renascença, colaborador de O Primeiro de Janeiro e de O Comércio do Porto (cujo suplemento literário dirigia), Jacinto de Magalhães editou vários livros de poesia: Galope Parado (1974), Entre Mim e o Outro (1978), Um Momento antes (1980), A Água e o Silêncio (1982), Nas Águas Daquele Mar (1985), Trás-os-Montes (1985), Poema (1986). O último, intitulado Pássaro de Fogo (1988), é uma edição póstuma e foi lançado no Porto, no Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes, no dia 18 de Dezembro de 2009. Entre as várias personalidades presentes contava-se sua mulher, a Dr.ª Zita Magalhães, a Dr.ª Leonor Beleza, o Prof. Doutor Levi Guerra, o Prof. Doutor Nuno Grande e o Dr. Rui Vaz Osório. Trata-se de uma edição de autor com 101 páginas e com capa da responsabilidade de sua mulher, Zita Magalhães. Em todos os poemas deste livro, Jacinto de Magalhães abandona a rima e a métrica, optando por utilizar uma imagética muito rica e um ritmo muito próprio para exprimir emoções, vivências e sentimentos, o que caracteriza a prosa poética. São breves textos que flúem ao ritmo do tempo e da vida, temas dilectos de poetas e filósofos, e terreno onde Jacinto de Magalhães se movimenta, para se deleitar e nos deleitar com a fruição da arte poética. Na realidade, a poesia que se desprende dos pequenos trechos incluídos neste livro é límpida e clara, e o silêncio é uma constante que emana das coisas, talvez para melhor se poder escutar o que está dentro de si. É uma realidade que é dentro de nós que as coisas verdadeiramente acontecem, e Jacinto de Magalhães, consciente desse facto, afirma que é “do alto da sua torre, de dentro do seu castelo” que observa, que contempla, vê. Tudo. Não só a paisagem interior, aquela que é povoada pela experiência de vida, feita de interrogações, de alegrias e tristezas, mas também a paisagem exterior, sobretudo a natureza – água, céu, flores, aves –, tudo o que serve de deleite para os olhos e para o espírito. Nesta sequência está Deus; e também o tempo que parece dilatar-se sempre mais e mais; e uma torre encantada onde o autor se refugia para melhor fruir o que na vida há de belo e bom, estando, acima de tudo, essa força enorme que misteriosamente faz girar o mundo, e que é o amor. Porquê o título “Pássaro de fogo?” Talvez porque o pássaro que em nuvens esquecidas se detém em perdidos espaços, em altíssimos ventos, tem longas asas feitas de Amor que é fogo e tudo e mais e ser. Eis o poeta, eis o livro.» (Maria Celeste Sousa Alves)
«... Segundo a Enciclopédica Britânica "um romance é um género de literatura que transpõe para a ficção a experiência humana, em geral por meio de uma sequência de eventos que envolvem um grupo de pessoas num cenário específico."
Parto desta definição para tecer algumas considerações sobre o livro em questão**. Na verdade, estamos perante uma matéria prima que é a língua que, uma vez ultrapassada a sua função de comunicação, resulta em texto literário narrativo. Neste caso, recorre à ficção fazendo uso da imaginação criadora, que por sua vez tem raízes na experiência humana. Não é contudo qualquer ficção que tem qualidade. Para ter valor artístico, é também necessário que não lhe falte a técnica capaz de dar à narrativa unidade, estruturação e beleza formal. ...»
uma apresentação que, como mero exemplo, deixa claro o que mais conta na apreciação duma obra escrita com valor literário
* Mestre em filologia germânica, professora aposentada do IPL - Instituto Politécnico de Leiria
Olá Teresa: Na verdade os "críticos" e "autoridades" nas matérias, acham, pensam e ajem como se a(s) sua(s) apreciações e juízos de valor, fossem definitivas, certas, assertivas! Comprazem-se muitas vezes em desmoralizar, com ares condescendentes, como se fossem Deus, sendo enviezados nas críticas quando pretendem dar uma imagem liceral e democrática! Desses críticos "gosto" eu quando pela frente me aparecem! E saliento nos comentários a justa solidariedade de quem lê e não inventa nos conteúdos e na intenção destas prosas e textos que me merecem muita atenção...Por isso digo, "os cães ladram e a caravana passa"...com o devido respeito, como diz JOrge palma no seu último trabalho! Jorge
MULHERES: Aproveitam tudo que a vida oferece para uma mulher nova e bonita. Entra em baladas de graça, bebe e come de graça (homens pagam tudo) e se divertem como nunca. Não chega a pensar em futuro, ainda tem muito o que aproveitar, e, se nada der certo, se aquietam com um homem que continue pagando tudo pra ela.
HOMENS: Comem mulheres, fingem se importar com elas, estudam/trabalham pra ganhar dinheiro: mulher é cara, eles precisam bancar querendo ou não.
assertivas, claramente: que declaram ou afirmam algo.
asserção: [Linguística] Valor modal de um enunciado, positivo ou negativo, através do qual o enunciador assume validar ou não validar uma relação predicativa e que se opõe a outros valores modais, como dúvida, exclamação, pedido, ordem.
'quando pretendem dar uma imagem liceral e democrática': será liberal? e se for... é o quê?
- Diz-se das artes que requerem estudo e aplicação da inteligência (em oposição a mecânico). - Diz-se das profissões que se obtêm por meio do estudo.
Deus compraz-Se a desmoralizar, com ares condescendentes, sendo enviezado... no lo creo
'Com Todo o Respeito' a caravana também tem os seus 'fiéis seguidores' e lá vai passando... em cada dia que passa ;-))
http://www.youtube.com/watch?v=C3Mye0jfNws
deixa-me rir...
http://www.youtube.com/watch?v=X0PHQ7tzzBs
a caravana fala e os cães passam...
Eu não ligo para opinião De quem quer falar só por falar Quem tenta num dia destruir O que foi criado pra durar Acho graça Os cães ladram e a caravana passa
Reconheço que existe muito Pra fazer mas muito já foi feito Quero soluções e não problemas E aos problemas sempre dou um jeito Os cães ladram e a caravana passa
Como complemento e rectificação ao meu comentário,este apenas dizia respeito e só, ao emissor da opinião sobre a pretensa pouca capacidade da Teresa como escritora. No espírito solidário, incluía os habituais visitantes deste espaço, neste caso os "Veneno C, C e Acúcar C. Pela pouca clareza nas minhas palavras não quero que estas deiam lugar a a mal entendidos! Nem pretendo ainda iniciar guerras de índole cultural e intelectual! Não é esse o meu propósito! Há outras guerras mais importantes onde devemos centrar a nossa atenção! Se feri susceptibilidades me penitencio aqui! De futuro continuarei a "visitar" os textos da Teresa sempre com o meu espírito crítico, pessoal e de estilo próprio, PROSA DE MINHA ESPONTÂNEA GESTA, mas sem ser paternalista, não posso esconder a minha simpatia e afectividade, a quem escreve de forma entendível a todos os que por aqui demandam! PONTO FINAL!