Charles Muench, Michael e Inessa Garmash
Era tradição nascer, baptizar, casar e ir a enterrar no lugar da Beira Alta onde raízes familiares cresceram. Assim foi cumprido na totalidade até à penúltima geração. Cabendo-me a vez de olhar a luz, o arranjo estava preparado: o padrinho médico no casamento dos pais assistiria ao parto em casa dos meus avós nas faldas da Estrela. Chegado o termo da gravidez, os pais deslocaram-se até lá para o feliz acontecimento.
Sendo evidentes sinais do parto, noite arribada, o pai afadigou-se em contactar o padrinho de casamento. Pouca sorte: como Presidente da Câmara estava em reunião. A secretária tinha ordens estritas para não interromper. Apesar disso e pela emergência, chegaram à fala afilhado/pai e padrinho. Disse que não demorava, que numa hora estava despachado e seguia para lá.
Mas eu, inquieta, não estive pelos ajustes. Acelerei a fundo e instalou-se ansiedade. Foi chamada parteira reconhecida. Ora, dava-se o caso de ser amiga do álcool. Não havendo alternativa, lá me tirou como pôde, conquanto os vapores etílicos enojassem a mãe. Nasci, então, num sete de Outubro, pelas mãos de parteira bêbada. Chegado, finalmente, o padrinho, limitou-se a constatar ser a neófita magrota, comprida e saudável. Colmataria a falha com visitas diárias.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros