Mati Klarwein (Angel Athens)
‘Loja do Cidadão’ nas Laranjeiras. Junho frio, solstício de Verão, pelas sete e meia da manhã, obrigava a tremer pelo frio candidatos alinhados por dezenas de metros na rua. Uma hora de espera até as postas se abrirem e ser recolhido o almejado «papelucho» com número garante de atendimento na Segurança Social. Na véspera, pela onze da manhã, os serviços da instituição rejeitaram mais «clientes» para o dia. Madruguei e insisti. Etnias misturadas; dois funcionários ao dispor dos ‘Não Prioritários’. Um para bengalas e carrinhos de bebé. Assentos insuficientes disputados um a um sem respeito pelos levantados por segundos com o fim de certificarem a senha ao luzir dígitos no ecrã. Vergonha burocrata que encolhe os cidadãos.
Saí do balcão cimeiro pelo começo da tarde. Embrumada por borrascas inesperadas. Feias e tristes como a atmosfera prenunciando o sentido. Não direi perversa por serem humanos e não ajuntamentos de vapor de água a exprimirem sentimentos.
CAFÉ DA TARDE
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros