Amy Kollar Anderson
Se a ficção de Huxley passasse ao vivido, teríamos o instrumento máximo da estabilidade social. E da desesperança... De um ovo 'bokanovskizado' sairiam noventa e seis gémeos idênticos que fariam trabalhar noventa e seis máquinas também idênticas. Fecundava-se, 'bokanovskizava-se' e teríamos o condicionamento social perfeito: a garantida aceitação pelo indivíduo da inevitabilidade do papel a desempenhar neste mundo. Mas não, a realidade não adumbra a ficção e ainda há direito ao desejo e à divergência.
Apesar da canibalização aos ideais saltarilhos da juventude, remanesce a saudável diferença entre os indivíduos e aspirações por mais e melhor. Competimos para alcançar os propósitos que nos movem. Por isso nos avaliamos desde a mais tenra à mais vetusta idade. Avaliar não pode ser bluff nem resumir-se a close-up ao objecto de avaliação - envolve técnicas, parâmetros e saber. É ato sério.
Pelas bandas lusas, o discurso colectivo congestionou de bitolas e critérios. Limitado o entendimento geral também por isso.
Nota: texto publicado hoje no "Escrever é Triste".
CAFÉ DA MANHÃ
Emoções desencontradas nas telas de Amy Kollar Anderson.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros