Inna Panasenko – “Cherry Love” Zacher
Pelos relatos femininos que amontoei, chamam-lhe “cereja”, “a minha menina”, “florzinha”, a “casinha”, “bidu-bidu”, “botãozinho”, “papoilinha” e até “mariazinha”. De tudo as mulheres ouvem quando as saias sobem e é remetido ao degredo o fio dental, a 'asa delta', os boxers rendados, a cueca da avó ou qualquer outra forma de resguardo da fundura íntima. E elas, em cada estreia invasiva e prazenteira pestanejam um par de vezes até integrarem o petit nom. Quantas sufocam o riso, ou, porque impossível de conter, interrompem com uma gargalhada a conjuntura sensual. Não abaixem aos parceiros a autoestima viril, zelam pela censura da espontaneidade porque quem vê corpos intumescidos tudo ignora da moleza mental.
Neles, os equivalentes diminutivos costumam ser os próprios a divulgar. Desde “júnior” a “zézinho” – ou qualquer «inho» acrescentado ao nome próprio do utente -, passando pelos vernáculos tradicionais, de tudo as mulheres ouvem. E repetem, mordendo a língua para travar sublinhado jocoso à designação que muito conta de quem a profere, tal como a daquela outra que a gruta da mulher denomina.
Graçolas de alcova, mais do que distinguir o par no momento instituído, denunciam quem impõe a alcunha. Porque mudada a parceira, permanece o “júnior” e a “papoilinha”. E nestas subtilezas da libido, raramente as mulheres são madrinhas.
CAFÉ DA MANHÃ
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