Autor que não foi possível identificar Jennifer Garant
Desfolho memórias dos soalheiros entardeceres nos campos de golfe algarvios. Sinto o aroma manso dos pinheiros, vejo o ouro solar esbanjado no tapete verde, lembro multiplicados arco-íris caídos em gotas aspersas na relva/tapete, o cascalho desembocando em miradouros e falésias e recantos debruçados na língua arenosa, confinando um mar indeciso entre o turquesa e o esmeralda. Lembro mais: a paz, os carreiros rumo ao apetecido «buraco» - salvo seja!, que apetites há muitos e brejeirice nos buracos também - ou ao banco de privilegiado cenário em que o livro descansa, por momentos, no regaço.
O swing no driving range arrisca, ao espreguiçar-se no tempo, introduzir tédio num jogo de sentidos e serenidade. Corpo e razão. Estímulo do empirismo primacial. Vagar e controle. Ida a fase primeva, troquei a seguinte por dispersas caminhadas após o duche de final de dia, quando estio. Cabelos pingando as costas, pele brilhante pelo do fluido cremoso que a perfumou, sapatos rasos, vestido leve seguindo, atrevido, no ar a brisa. Tacos alguém os carrega. O livro ficou comigo. Detenho-me no piado das aves e na inclinação da luz.
Com o ténis o mesmo. O «serviço» adequado troco-o pela surpresa de um brilho na árvore até aí discreta, uma gargalhada é apetite maior que a certeza duma «esquerda» sem defeito. De seguida, centro habilidade e o adversário que se cuide, que isto de apoucar a natural competitividade não me descreve. Divertem-me, sim, os que odeiam perder, mesmo sendo feijões o troféu. Pelejam na vida por coroas de lata pintada. Ostentam no peito inchado a faixa de campeões do bairro. Nela, pendurados, feitos voláteis como balões. O que me intriga é porque destes não aproximamos fina agulha de crochet.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros