Terça-feira, 14 de Janeiro de 2014

PUDIM DE CLARAS

  

 

Yannick                                                                                                                             Janet Hill

Sabes como encastelo emoções se dou folga ao filtro lógico. O raciocínio fica inábil. Então, espero respostas imediatas que nem sempre a vida ou tu, os outros ou tu estão dispostos a dar. Por que não podem, eles. Por que não podes, tu. Por que não queres. Por legitimares o silêncio, à primeira vista cómodo, dele ficas refém. E não gosto. Mudo de assunto sem que o essencial perca de vista. E diminuo num milésimo ou múltiplo dele o meu afeto por ti. Não o desejo. Não posso evitar.

Por esta altura, deixa-me aninhada no tapete da sala com um beijo e um blue. Sem que mo digas, faz um pudim de claras. Na cozinha, verás que ovos não faltam. Separa, os deuses te ajudem!, das gemas as claras de uma dúzia deles. Regula a velocidade da batedeira para o máximo e, sempre para o mesmo lado, bate até a brancura das claras ficar sólida como ponte que une amantes de corpo e espírito.

Ao ouvir-te barulhar, não me movo. Continuo enquistada na metafísica do que não entendo. Dei conta de ligares a 200 ºC o forno.

Estando as claras prontas, junta doze colheres de açúcar e volta a bater em velocidade média.

Pelo silêncio breve percebi não encontrares o caramelo que, sabes, guardo pronto. Abandonei o pensado e centrei-me no que fazias. Sem perguntares, viva!, encontraste o frasco de vidro com o caramelo dourado.

Adiciona um pouco do ouro líquido, o teu gosto manda porque o meu conheces: lambuzo-me com o aroma, a cor e a textura do açúcar caramelizado.

A doçura dos silêncios harmónicos encanta-me. Desses, temos. Dos outros, também. Dos que sabem a açúcar queimado quando a distração no tempo ao lume (...)

 

Nota: texto publicado na íntegra em http://www.escreveretriste.com/?p=59797

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:13
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