Sexta-feira, 3 de Julho de 2009

FRUI E CRUCIFICA

 

Uma vergonha! Interpelação/debate trauliteiro que ouvi. Desde início, os deputados comportaram-se pior do que feirantes lutando por nesga de solo para armar tenda. Barraca, de facto. Até o plácido Jaime Gama se viu obrigado a desembainhar espada moderadora num tom de voz jamais ouvido.

 
Do Paulo Rangel ao Paulo Portas, todos os parlamentares usaram bandarilhas provocatórias nas respectivas intervenções. Permanentemente, a capa do mau gosto volteou no ar.  Manuel Pinho completou a sucessão de dislates com dois dedos em riste no lugar suposto. A demissão não lava o gesto nem apaga a memória que lhe ficará colada.
 
Noutros países, semelhante é usual. Chegarem opositores de bancadas ao «corpo-a-corpo» aconteceu. Mas desde quando confortam desgraças alheias? Somente para quem, de tão pequenino, mais não enxerga.

 

A democracia é vitualha mal administrada. Quem dela frui prega-a num crucifixo, quem não a vive suspira por ela.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:46
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8 comentários:
De jotaeme a 3 de Julho de 2009
Teresa, bom dia! Bem eu consideraria hilariante o gesto de M.Pinho se não fosse naquele contexto! Eu já o afirmei várias vezes que a nossa classe política, não tem "classe", ou seja, não conseguem manter uma união naquilo que é essencial, o debate poltico, e tantas e tantas vezes, achincalham as ideias e os modos como se deve fazer politica em ambiente democrático. Insultos velados, ironias ofensivas, etc, etc, fazem parte da A.R. Ontem apenas foi mais um episódio...lamentável! Acho que ilustras com elegância este teu texto.Admirável crucifixação!
Jorge madureira
De Teresa C. a 4 de Julho de 2009
Jorge - logo a seguir ao gesto infeliz, interpelei-me: o gesto é mais do que a palavra? É que impropérios verbais foram comuns do início ao fim do debate. Dedos em riste valem mais ou menos que insultos ostensivos ou dissimulados?
De zeka a 4 de Julho de 2009
Caros- Não sei se se lembram da anedota redutora do Borrego?
Creio que aqui também houve anedota e palavra:
'Tás tramado!'.

tramado adj.
1. Tecido com trama.
2. Que se tramou, maquinado, urdido.
3. Pop. Enganado, roubado; prejudicado.
4. Danado.
5. Muito bom, excelente, exímio, esperto.

tramar - v. tr.
1. Entrelaçar os fios da trama com os da urdidura; tecer.
2. Fig. Maquinar; intrigar; enredar; armar.

Não tá é descodificado

O tutear... até pode ser ameaçador: vais levar umas cornadas, meu malandro.

Mas o que dava mesmo jeito era ir de férias e passar a receber ofertas mecenáticas.

A política institucional não é para independentes (amadores?) - digo eu.


De jotaeme a 4 de Julho de 2009
Pois não Zeca. Joe Berardo asim o entendeu e pimba, depois do "estafado" ministro vir de férias...está-lhe guardado um lugar na Administração da sua Fundação!
Somos mesmo uns amadores!
Jorge madureira
De Oleg Karpov a 4 de Julho de 2009
São. Sempre horas de dizer

Que os toureiros e os forcados portugueses são todos panilas.

Senão. Porque cortam as pontas aos Toiros?

En España é que é
De Teresa C. a 4 de Julho de 2009
Oleg Karpov - todos "panilas"? Acha mesmo? Quando alguém rotula com facilidade, desconfio. É que a rejeição pode esconder oculto que o próprio não quer ler.
De zeka a 4 de Julho de 2009
Como não vi toalha que escondesse a coisa à Cristo, fui à procura. Saíu negalho:

As vísceras de animais como a vaca, o porco e a cabra são usadas desde a antiguidade para confeccionar iguarias dignas do Olimpo. Os romanos não dispensavam uma boa vitualha nos seus festins orgiáticos e deixaram para a posteridade gastronómica dos povos que dominaram verdadeiras odes ao paladar confeccionadas com vísceras. A Lusitânia não constituiu neste domínio excepção e, ainda hoje, para nosso gáudio, se confeccionam verdadeiras iguarias com as entranhas dos mais diversos animais, fruto da necessidade e do engenho deste mui nobre povo lusitano.

Hoje falar-vos-ei de uma dessas odes às papilas gustativas que dá pelo singelo nome de negalho.

http://blog.uncovering.org/archives/2007/10/vitualhas_e_afi.html

De Teresa C. a 4 de Julho de 2009
Zeka - vitualhas, sejam confeccionados com vísceras ou ingredientes outros, são alimento. A propósito de vísceras: adoro as de galináceos, cabrito e similares, porco e vaca. De todas, já entendeu. Tenho boa boca no que concerne aos alimentos, desde que bem cozinhados.

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