Uma vergonha! Interpelação/debate trauliteiro que ouvi. Desde início, os deputados comportaram-se pior do que feirantes lutando por nesga de solo para armar tenda. Barraca, de facto. Até o plácido Jaime Gama se viu obrigado a desembainhar espada moderadora num tom de voz jamais ouvido.
Do Paulo Rangel ao Paulo Portas, todos os parlamentares usaram bandarilhas provocatórias nas respectivas intervenções. Permanentemente, a capa do mau gosto volteou no ar. Manuel Pinho completou a sucessão de dislates com dois dedos em riste no lugar suposto. A demissão não lava o gesto nem apaga a memória que lhe ficará colada.
Noutros países, semelhante é usual. Chegarem opositores de bancadas ao «corpo-a-corpo» aconteceu. Mas desde quando confortam desgraças alheias? Somente para quem, de tão pequenino, mais não enxerga.
A democracia é vitualha mal administrada. Quem dela frui prega-a num crucifixo, quem não a vive suspira por ela.
Teresa, bom dia! Bem eu consideraria hilariante o gesto de M.Pinho se não fosse naquele contexto! Eu já o afirmei várias vezes que a nossa classe política, não tem "classe", ou seja, não conseguem manter uma união naquilo que é essencial, o debate poltico, e tantas e tantas vezes, achincalham as ideias e os modos como se deve fazer politica em ambiente democrático. Insultos velados, ironias ofensivas, etc, etc, fazem parte da A.R. Ontem apenas foi mais um episódio...lamentável! Acho que ilustras com elegância este teu texto.Admirável crucifixação! Jorge madureira
Jorge - logo a seguir ao gesto infeliz, interpelei-me: o gesto é mais do que a palavra? É que impropérios verbais foram comuns do início ao fim do debate. Dedos em riste valem mais ou menos que insultos ostensivos ou dissimulados?
Caros- Não sei se se lembram da anedota redutora do Borrego? Creio que aqui também houve anedota e palavra: 'Tás tramado!'.
tramado adj. 1. Tecido com trama. 2. Que se tramou, maquinado, urdido. 3. Pop. Enganado, roubado; prejudicado. 4. Danado. 5. Muito bom, excelente, exímio, esperto.
tramar - v. tr. 1. Entrelaçar os fios da trama com os da urdidura; tecer. 2. Fig. Maquinar; intrigar; enredar; armar.
Não tá é descodificado
O tutear... até pode ser ameaçador: vais levar umas cornadas, meu malandro.
Mas o que dava mesmo jeito era ir de férias e passar a receber ofertas mecenáticas.
A política institucional não é para independentes (amadores?) - digo eu.
Pois não Zeca. Joe Berardo asim o entendeu e pimba, depois do "estafado" ministro vir de férias...está-lhe guardado um lugar na Administração da sua Fundação! Somos mesmo uns amadores! Jorge madureira
Oleg Karpov - todos "panilas"? Acha mesmo? Quando alguém rotula com facilidade, desconfio. É que a rejeição pode esconder oculto que o próprio não quer ler.
Como não vi toalha que escondesse a coisa à Cristo, fui à procura. Saíu negalho:
As vísceras de animais como a vaca, o porco e a cabra são usadas desde a antiguidade para confeccionar iguarias dignas do Olimpo. Os romanos não dispensavam uma boa vitualha nos seus festins orgiáticos e deixaram para a posteridade gastronómica dos povos que dominaram verdadeiras odes ao paladar confeccionadas com vísceras. A Lusitânia não constituiu neste domínio excepção e, ainda hoje, para nosso gáudio, se confeccionam verdadeiras iguarias com as entranhas dos mais diversos animais, fruto da necessidade e do engenho deste mui nobre povo lusitano.
Hoje falar-vos-ei de uma dessas odes às papilas gustativas que dá pelo singelo nome de negalho.
Zeka - vitualhas, sejam confeccionados com vísceras ou ingredientes outros, são alimento. A propósito de vísceras: adoro as de galináceos, cabrito e similares, porco e vaca. De todas, já entendeu. Tenho boa boca no que concerne aos alimentos, desde que bem cozinhados.