Segunda-feira, 13 de Julho de 2009

ESTABILIDADE INSTÁVEL


Margaret Thorvat

 

Contrariando vozes alevantadas, o inefável Valter Lemos garantiu que o terminado concurso para admissão no  quadro de professores aumenta a estabilidade. Trinta mil docentes colocados. Cerca de um quarto das candidaturas. Prazo de validade: quatro anos na escola escolha.

 

A Fenprof reagiu:
_ menos de 1% dos professores candidatos obtiveram estabilidade. 

 

Vêm a propósito algumas reflexões/comentários sobre a escola, ministério, professores e sindicatos. O ponto de partida foi o texto publicado no dia 22 de Junho, “Uma Questão de Palha Sã”.

 

João Moura Porto

 

“A sopa deve ser comida quente...
Ou fria!
Digamos que a sopa deve ser comida.
O ministério tem razão.
Os professores têm razão.
Ou não.
Os alunos têm razão.
Os pais têm razão.
Ou não.
Os interesses da razão, ou a razão dos interesses.
Estes interesses são sempre, e por definição, egoístas que apresentam sempre uma visão angulosa e parcial da verdade.
Por isso, devemos tentar ver toda a lua e almejar viver também no seu "dark side", pois ele existe.
O poema cantado soa melhor do que o declamado.
Ou não.
Alvíssaras a quem me indicar o caminho da verdade, ou a verdade pelo caminho...
São deliciosas as palavras... mas vãs. E a sopa, essa, existe para nos alimentar sem a troca que subjaz à economia.
O grande problema do ser humano consiste na sua inabilidade em reconhecer a verdade. É isso que nos afasta de nós mesmos...
Os «profs» e a sua habitual falta de alma...Tudo lhes parece um "complot" que mudará para sempre o seu sacrossanto papel social. Deus reservou-lhes papel tamanho. Educar, educar, educar...Quem ousa opor-se a tal tarefa.

 

Ficou célebre a frase de Coelho: "Quem se meter com o PS, leva..."
PS- Quem se meter com os professores, leva... (Nogueira).”

 

Zeka

 

“Educar ou ensinar?
E os pais, a família, o exemplo?
Ah... é uma disputa Coelho/Nogueira (PSPC)?
E a ministra? Será Pilatos (ou Salomão)?”

 

António

 

“A verdade (palavras/poema/papel) é que a Escola precisa de rosto. E não é na Lua. Muito menos no 'dark side'. É mesmo em cada sala de aulas, em cada turma, em cada disciplina (mesmo na substituição), em cada aluno (mais que tudo). Sem a outra 'política' que se disputa (mas que se diz puta), trocando os fins pelos meios e a razão pelos interesses.

'Queira Deus' que para o ano haja mais e melhor Escola. Escola com cara. Com verdade. A ensinar.
Também a educar, se for capaz.

 

Uns há que comem a palha que se lhes dá, outros preferem a que se lhes tira, alguns querem ser líderes da intersindical e professores a fugir das aulas, da avaliação e de tudo em geral que dê trabalho, uns há, uns há!

O governo, que não apenas a ministra, pressupôs inteligência, alguma vontade e boa fé por parte dos professores e de conexos interlocutores, o que veio a revelar-se estrondosamente falso!

 

Mas ao menos marcar-lhes faltas quando faltam, mostrar ao mundo que ensinar é susceptível de aprendizagem, avaliação e progressão por mérito, e tratar de lhes arranjar um horário um bocadinho mais consentâneo com a realidade mesmo se não chega ainda a metade das horas anuais de um qualquer quadro médio do sector privado, isso é coisa que muitos professores fizeram mais do deles se esperava para que não acontecesse!

 

Mas ao menos um bocadinho lá aconteceu - e com bons resultados, pois é?”

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

Devo ao Zeka esta sugestão oportuna. Ver também o vídeo 2 em http://www.youtube.com/watch?v=0pn_oTIwy4g&feature=related

publicado por Maria Brojo às 09:56
link | Veneno ou Açúcar? | favorito
6 comentários:
De jotaeme a 13 de Julho de 2009
Teresa, bom dia! Professores, avaliações, absentismo. interesse, dedicação, exclusão. ensino público, ensino privado, ele há professores fantásticos, outros assim assim, outros, valha-me Deus! NIvelamento por baixo de uma "Nogueira", ou a capitalização de saberes de professores que gostam do que fazem,(como em outras profissões), que nos envolvem em projectos de estudo e derealização intelectual para as nossas vidas! Porquê bater sempre na ns mesma tecla de não haver lugar para todos (os professores) nas nossas escolas? Nas empresas também não é assim? Terão que caber lá todos?Há alunos bons e alunos menos bons! Pois então deveremos estimular todo o ambiente escolar para as as partes mais interessadas se conjuguem, e apelar a que todos(Professores, Alunos e Pais) se aliem num objectivo comum: O Conhecimento. A derrota da Ignorãncia, por que só com esta vitória(s) nos libertamos como gente e Povo deste Portugal...tão, tão... inquieto!
Jorge Madureira
De Teresa C. a 13 de Julho de 2009
Jorge Madureira - jamais entendi o que refere e também o deixa perplexo: a expectativa do Estado ser empregador garantido para todos aqueles que decidem ser professores.

O Ken Robinson concilia ironia e bom senso. Saber, também.
De jotaeme a 13 de Julho de 2009
Teresa: Propositadamente vi o video depois de escrever o meu comentário... e não me surpreendi: A última frase do orador diz (quase) tudo o que o ensino(tende) cria...
Uma boa dose de bom senso e criatividade é o que peço para todos os intervenientes do processo educativo, seja aqui, seja no fim do mundo!
Jorge
De zeka a 14 de Julho de 2009
A quem interessa a instabilidade? Quem a fomenta? Quem a consente? Bastam os imprevistos da Natureza.
No avião, no navio, no combóio... a estabilidade é condição (de base) necessária para se cumprir a missão de vencer etapas e chegar bem ao destino.
Na família, na sala de aulas, no espaço escola, as polémicas são tempestades perturbadoras da viagem que os alunos têm pela frente. E não há cintos de segurança, airbags, pára-quedas para atenuar os danos dos desastres lectivos. Nem pastilhas para o enjoo provocado pelas repetidas turbulências.
Exijamos serenidade!
De António a 14 de Julho de 2009
excelente (forma de) análise!

acrescentaria (lembraria?) apenas que (a parte não é o todo) há professores no ensino cooperativo e no ensino privado!!

também têm direito a manifestar-se e à greve, renda de casa para pagar, escola dos filhos, necessidade de tempo livre, etc., mas ... desatam antes a trabalhar e a apoiar (servir é um termo a evitar !?) a escola e os seus alunos!!!

eppur si muove ;->>>
De zeka a 14 de Julho de 2009
Certo! Ninguém tem que ser lesado nos seus direitos.
Manifestações e greves serão último recurso para falta definitiva de entendimento e de confiança. Negociação (com ganhos mútuos) deve ser a via privilegiada.

'Eppur si muove' é bem preferível (perfeitamente estável) a "... mas a caravana passa!"

http://terraquegira.blogspot.com/2007/03/eppur-si-muove.html

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