Fábula de La Fontaine revisitada. Fosse assim tão despachada a justiça em Portugal, e não seria a chaga que tantos faz penar.
"Decidi sair do trabalho mais cedo e ir jogar golfe. Quando escolhia o taco, notei que havia uma rã perto. Disse a rã: _'Croc-croc! Taco de ferro, número nove. Achei graça e resolvi provar que a rã errava. Peguei no taco sugerido e bati. Surpresa: a bola parou a um metro do buraco! _ Uau! - gritei, virando-me para a rã. _ Será que és a rã da sorte? Resolvi levá-la comigo até o buraco. _O que achas, rã da sorte? _ Croc-croc! Taco de madeira, número três. Utilizei o taco 3 e bati. Bum! Directo no buraco. Dali em diante, acertei todas as tacadas e fiz a maior pontuação da minha vida.
Levei a rã pra casa. No caminho, falou: - Croc-croc! Las Vegas. Mudei o caminho e fui directo para o aeroporto. Nem avisei a família. Chegado a Las Vegas, disse a rã: _ Croc-croc! Casino, roleta. Sugeriu: _ Croc-croc! 10 mil dólares, preto 21, três vezes seguidas. A aposta era loucura, mas não hesitei. A rã conseguira a minha credibilidade.
Coloquei todas as fichas. Ganhei milhões. Peguei na «massa» e fui para a recepção do hotel. Exigi suite imperial. Tirei a rã do bolso, coloquei-a sobre os lençóis de cetim e disse: _ Rãzinha querida! Não sei como pagar-te tantos favores. A minha gratidão é eterna.
Replicou: _ Croc-croc! Beija-me na boca.
Tive nojo, mas fui coerente. No momento em que a beijei, transformou-se numa linda «barbarella» de 17 anos, nua, sentada sobre mim. Empurrou-me, devagarinho, para a banheira de espuma.
Houve denúncia, o caso chegou à Comissão de Ética e fui processado. Aleguei:
_ Juro por Deus que foi assim que consegui a minha fortuna. A menina, simplesmente, apareceu no meu quarto. -
Não só o Presidente da Comissão de Ética acreditou, como todos os membros do Tribunal. Fui absolvido.”
Nota - versão adaptada de um texto enviado pelo caríssimo António Eça de Queiroz.
Bom dia! Porque será que tenho a sensação de que esta história se tem tornado repetitiva nos nossos dias? Com algumas variantes e sempre com a dama da Justiça, com a venda colocada e céguinha de todo? Pois... Jorge madureira
Zeka - se uma conversa havida com um amigo não tivesse mudado o rumo do meu pensar, teria escrito quase sobre o mesmo do autor do sítio que sugeriu e visitei. Amanhã não escapa.
... ind'assim, haja Lei (entre o forte e o fraco, é a lei que liberta e a liberdade que oprime) e Justiça !
mas efectivamente já os Evangelhos esclareciam: mais fácil é fazer passar uma corda pelo buraco da agulha, que botar um poderoso na choldra, amén !!
e, cá entre nós, mais coisa menos loisa, a inebriante Humanidade still the same after all this years !!!
porém mas não obstante senão quando todavia com (a la Zeka) tudo: que é lá isso da Justiça? é de nós que falamos... são apenas os nossos erros cujos contornos transparecem quando queremos olhar e ver...
e remember Saramago: mais depressa chegamos a Marte que ao nosso semelhante - podemos não ter ainda a galileica prova, mas da lua faz 40 anos que não vislumbramos eco nas gentes
antes os Descobrimentos, em que ao menos nos fizemos um pedacinho mais semelhantes ;->>>
Uma das maiores descobertas da minha vida (em termos de cultura religiosa dita por um antropologista) é essa da corda (camelo) passar no cu d'agulha :o)
Uma outra forma de fazer justiça, enquanto a original do Eva n gelho não metia o pode roso na choldra... mas dificul tava-lhe a entrada no reino do Pai.
E isso sim me confrange, em termos de lentidão no vermos (sem cegueira) os erros em que persistimos - sem nos (auto)criticarmos - reafirmando anti-galileicamente (até quando?) que era um camelo (em vez duma corda)?
Obrigado (mas livre) pelo remember Saramago, pois ainda só andava pela Lua... longe de chegar a Marte, na arte de amar (ver de igual para igual) o semelhante da nossa rua.
Em termos de descobrimentos... afinal é uma (fabulosa)ajuda: alguns semelhantes (muito mais que os outros menos), já lá compraram terrenos ;-)
Apanharam-me na Lua com esta versão dita de La Fontaine e da Justiça...
Sem melhor apoio... fui 'surfar/googlar' e -ganda rã da sorte!- esta estória até que na'stá nada mal (com uma bela ilustração que é uma 2 em 1 fabulosa - graças a Visentini)
Mormente a da direita... que bem se ajeita ;-) Eu, pobre e pe(s)cador... a deixar-me tentar pela pech incha 2 em 1 e pela fábula das coxinhas sucu lentas.
a que aliás o interrogativo do ponto abre flanco no comentário sob comentário: carecesse, ir a Marte, do qualificativo requisito da generosidade e ninguém jamais pensaria em lá botar esquerda ou perdigota...
em face do que, fica, mesmo se inquietante, mais próximo o planeta distante que o humano semelhante, o que todos sabemos ser verdade - embora eventuais desígnios reservem revelações que tais a génios literários, estadistas de elite, filósofos de eleição e assim outros poedores de ditames universais, por passarem a forma de letra quanto pensam mas não dizem os comuns dos mortais!!
é, pois, precisamente esse o ponto, só que exclamativo e plural, no mínimo a triplicar!!!
sintonia, saramagal e afinal ;->>>
2 - generosa idade
do acima escrito, uma ressalva, porém: onde se diz ninguém, e esquecendo ir a Marte ou mais além, é de reconhecer e registar (com licença de vide, http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=33427&op=all) que em matérias outras tem havido as excepções confirmadoras da regra mas também - quem sabe? - polinizadoras, oxalá, do raro espécime exemplis exemplaris
e para nomear o oxalá exemplicativo fica bem lembrar a distinção, da Fundação Gulbenkian como intérprete de sentimento geral, ao ACNUR presidido por António Guterres e ao PRIME - Peace Research Institute in the Middle East (projectos humanitários, ao Chapitô (projecto social e cultural de Lisboa), à CEBI - Fundação para o Desenvolvimento Comunitário de Alverca, e à Obra do Padre Américo (projectos educativos), a Maria João Saraiva (projecto médico-científico) e a Vera Mantero (projecto artístico), tudo projectos movidos a generosidade integradora!!!
3 - inspira são
enfim, todas as leituras se permitem aos mui nossos idos e coevos aproveitamentos e achamentos, mas do descobrimentouro nos fala, tanto, a exposição Ecompassing the Globe, prazenteira e orgulhosamente visitável no esplêndido Museu Nacional de Arte Antiga, às janelas verdes
mas tudo vendo (salvo seja) e lendo as entrelinhas - e pés + cabeceiras(?) de página e outra legendagem miúda ou graúda (a começar pelos grãos e pózes das pimentas&canelas que tão-bem abrem o apetite logo no início da exposição ;-) - nas próprias obras ou na obra própria do magnificente (40€, ai...;< ) catálogo, fica bem a ideia de que o V Império é bem merecido
a verdadeira epopeia começou foi com a Fundação da nacionalidade e descontados interregnos depois fez-se mar e Fez-se globo, de que sorvemos bem mais que todo o ouro: conquistámos a especiaria do sonho, para sempre
escusado será alimentar nostalgias (tivemos mesmo um rei que nunca usou coroa, seria vivo o desejado Rei?) sobre o desaproveitamento, pois quando abrimos o coração aproveitamos sempre mais do que desaproveitamos
aproveitemos então o que somos, fazemos e temos e, sobretudo, o que cremos e queremos ser, fazer e ter