Sem Pénis Nem Inveja

Blake Flynn

“Portugal, hoje, é um grande BPN”. Disse Medina Carreira. Disse bem. Ou não, que nunca é sabido onde chegam os compadrios. Cá e noutros lugares. Em França, o descrédito no Estado é total. Os mais novos, maduros e idosos recusam acreditar em Sarkozy. Às mesas de voto poucos comparecem. Revêem-se na Bruni e dela esperam o «fora». Como pode mulher bem-nascida, polida e irreverente pactuar com o quotidiano de um burgesso? Porém, o casal planeia ter um bebé a tempo das eleições de 2011. Granjear a simpatia pública com a expectativa do neófito .

Sem Carla Bruni ou equivalente, os portugueses retomam a forja em que foram moldados. O antigo ministro das Finanças arregaçou língua e mangas:
_ Sempre que um partido em Portugal tem maioria absoluta, os deputados ficam reduzidos a zero. Se tem maioria relativa, há estas contendas brutais em que o PSD está metido porque sabem que sem ir ao Governo não têm lugares para tratar da vida e dos negócios. E, portanto, degladiam-se para ver se têm acesso aos lugarzitos que restam. É para empregar os primos, os tios, para fazer negócios de auto-estradas e outras coisas no género.
Um desgosto!

Cumulando cúmulos, candidatos do PSD e do PCP, chegaram a vias de facto na Festa do Barrete. O confronto passou-se em Alcochete. Às duas da manhã, travaram-se de razões. Um recambiado para a urgência hospitalar. Seis pontos no sobrolho. Um diz-se vítima, outro inocente. O pobre coitado com a testa rachada desistiu da candidatura. Depois gritam aqui d’ el Rei pelo “não voto!”.

CAFÉ DA MANHÃ