Quando os sinos tocam a rebate, perigo ou morte espreita. Por todo o mundo, às três da tarde de hoje em igrejas de diferentes credos, os sinos tocam 350 vezes. Símbolo das outras tantas partes por milhão que especialistas defendem ser o máximo permitido da emissão de CO2 na atmosfera. A catedral de Copenhaga dá o mote. Algumas confissões religiosas tornam-se, finalmente!, cúmplices e activistas na contenção dos danos ambientais.
Manifestações, destruição, violência - cenário costumado também na cimeira da Dinamarca. A Greenpeace liderou o descontentamento activo. Meio milhar de activistas chegados de quarenta e três países. Quartel-general num clube de praia que também aloja as iniciativas da Global Campaign for Climate Action. Milhares de faixas e estandartes foram produzidos e desfilaram empunhados por 16 mil pessoas na manifestação de ontem.
Desactualizado o “Tratado de Quioto” por não vincular a China e os EUA, responsáveis por 40% das emissões poluentes globais, tem, a favor do bem comum, de ser revisto. Países em desenvolvimento exigem que não seja esquecido o "espírito de Quioto", antes complementado com este acordo. Em dúvida, pelo ritmo de caracol das actuais negociações: uma semana depois foi insuficiente o alcançado.
A União Europeia afirma não «vender barato» o objectivo de redução de emissões de 20 para 30 por cento até 2020, em relação aos níveis de 1990. Enquanto isto, Portugal polui mais do que deve, compra licenças de emissão a países menos desenvolvidos à custa dos bolsos rostos de cada cidadão. Poluidores também pelo vício do transporte privado, reciclagem insuficiente, pela pobreza de recursos técnicos e miopia empresarial e política.
Mesmo correndo o risco menor de sermos declarados insanos pelos vizinhos, que, pelas 15h, as janelas se abram e soem apitos e assobios e o bater das tampas dos tachos. Despertar o prédio, o quarteirão, o bairro é preciso.
Será que tocaram nas nossas vizinhanças? Por mais alguém ter morrido ou ir a enterrar? Ou nem as melgas se aperceberam? Se com barragens, eólicas e fotovoltaicas, carros eléctricos e bicicletas, incluindo burros e cavalos, sem excluir a crise... ainda não acordámos... devemos estar mor & bundos :-(
Bom domingo, con sol ados da silva ;-)
PS- Aqui as ppm's do CO2 parecem galopantes: 280... 380... 450... 10.000? http://www.ft.com/cms/s/2/f1d9f856-d4ad-11de-a935-00144feabdc0,dwp_uuid=d68cb1fc-a38d-11de-a435-00144feabdc0.html
Zeka - ainda há pouco, ouvi ser esta questão do aquecimento global ser mais uma inventona para gerar lucros. Comparada com a idade do gelo em regresso nos anos setenta, o buraco de ozono nos noventa e, agora o aquecimento global. Desmentida a primeira, a segunda parcialmente pela miraculosa (?) redução, é por alguns esperado que somente interesses económicos e políticos justifiquem a «última».
Está mais para i$$o. O Obama queixa-se deles. Os bancos continuam a escandalizar o mundo. A gripe, o buraco d'ozono, a crise, não deixam ninguém em 'bons lençóis'. Até o Berlus coni terá que rever a sua (im)postura ;-)
Zeka - com dois dentes quebrados, lábios e nariz num feixe, o «Coni» tem o ego diminuído. Ainda por cima com uma réplica do "Duomo" milanês. Não costumo ser má, mas que tenho perverso remoto nem duvido!
É fundamental, dramático mesmo, que tratemos de uma forma competente a nossa casa global. Mas a Teresa já reparou que este desiderato é mais um impedimento para o desenvolvimento de países prestes a sair da Pobreza...? Óbvio que não falo dos EUA ou da China (200 milhões de chineses já têm um nível de vida igual ou superior à média dos da UE), mas dos africanos ou asiáticos. Se não deve haver essa prerrogativa para estes, devem ser nitidamente ajudados com o fim de não acentuar desigualdades. Eles não têm culpa de só agora estarem em condições para acelarar o seu desenvolvimento e todos os ditos países desenvolvidos recorreram no passado à emissão de CO2 para se desenvolverem. Todos.
Paulo Abreu e Lima - tocou numa vertente que ficou omissa no que escrevi. Promotora da perpetuação das desigualdades que afligem o mundo. Capazes de arruinar o paradigma das sociedades do nosso tempo. Em especificidades diversas, até que não é necessariamente um mal.