Sábado, 19 de Dezembro de 2009

A FALA NO SEXO


Pascal Chôve

 

Quando se perdem palavras, o património cultural empobrece. Exemplo falado pelas mulheres é a progressiva contenção verbal dos homens no sexo. “Já não existem homens que nos enlouqueçam desde o primeiro momento da intimidade.”  E é concluída a masculinidade perdida se confrontadas com discurso sexual politicamente correcto na cama. O gay eleito como homem ideal – é amigo, fala com naturalidade dos afectos e não equivoca pela declarada opção.

 

Homens e mulheres submetem-se a pequenas/enormes ditaduras sociais. Fica diminuído o espaço das liberdades privadas indispensáveis à felicidade quando, para a conseguir, é necessário protegê-lo. O vernáculo nos jogos eróticos tem o seu lugar e papel na procura do prazer. Dispensá-lo acefalamente pelos novos preconceitos é renovado “macarthismo”. Utilizar «palavrões» sexuais por obediência à tradição, sem que  surgidos espontaneamente, é forma outra do mesmo. Por detrás da rebeldia conversadora, está a doutrina do vocabulário único.

 

O verbo “foder” é para muitas mulheres o melhor para descrever o acto sexual. Elas querem-no. Não conheço uma que não prefira ouvir serem boas e apetecíveis para “foder” do que loas tecidas à sua beleza e inteligência. Homens e muheres descomplexados no estar e na fala entre lençóis fazem e dizem o apetecido. Procuram o seu e o prazer do parceiro. Libertos. Satisfeitos.

 

Dominar a mulher na cama faz sentido se o inverso for verdadeiro, surgida oportunidade. Iguais na desejada diferença. Ser fruída como os velhos galãs do cinema faziam pode ser item do imaginário feminino traduzido em gozo. Opção de ambos – regra básica. E ela usa ou não, como ele, os jargões. Sai dignamente do lugar onde o ultraje verbal mútuo foi desejado e consentido. O estereótipo de ser exclusivo de putas está arruinado.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 10:21
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10 comentários:
De Maria Brojo a 21 de Dezembro de 2009
Zeka - desconfio não ter sido clara no que escrevi (nada de extraordinário já que o meu talento rabiscador não condiz com a intenção).

Esmiuçando:
1 - não afirmo que o vernáculo sexual seja indispensável ("E ela usa ou não, como ele, os jargões."). Fica, de uma assentada, respondida a frase "Concluindo, reco menda-se que os homens (com capacidade para aprendizagem) tratem de fazer um mestrado (novas oportunidades?) em vernác ulo, para preservarem a masculinidade e maximizarem os prazeres (delas e seus)."

2 - pretendia ser irónica a frase "E é concluída a masculinidade perdida se confrontadas com discurso sexual politicamente correcto na cama.";

3 - "Homens e mulheres submetem-se a pequenas/enormes ditaduras sociais" é questão a tratar. Tem a ver com sexo? E depois? Não é actividade humana? Dispensa reflexão? Quando diz: "Anda por aqui se xo em dem asia... para o meu (des)gosto." mais parece ter sido tema conversas com extraterrestres. Isto sim, seria excentricidade desligada do real.

O vídeo tinha a ganhar sem a tradução. "Amour secret"? Todos temos um. Pode ser escrever, pintar ou consubstanciado num corpo.


De zeka a 22 de Dezembro de 2009
Teresa C. - Não des confie... ;-)

E se es miu çando o ponto 1 virmos deste ângulo «O verbo “foder” é para muitas mulheres o melhor para descrever o acto sexual. Elas querem-no. Não conheço uma que não prefira ouvir serem boas e apetecíveis para “foder” do que loas tecidas à sua beleza e inteligência.»? Ah... não é 'indispensável'... pois... mas quase? Duma assentada?

Para ironia... ironia e meia:
“Já não existem homens que nos enlouqueçam desde o primeiro momento da intimidade.” Quem assina?
Conversas com extraterrestres? Como assim? Ah... pois, os da (sua) Terra-Pera ;-))
Qual excentricidade? Da Terra?
Desligada do real? Qual real? Vintém?

O texto que acompanha o vídeo não ajuda... mas também não é uma tradução.

O original (sem vernáculo, beau... n'est-ce pas?)
http://www.youtube.com/watch?v=rZamWDshuRU

Ficamos à espera das dita duras sexi ais. Claro que serão humanas. Como tantas outras... Errar é humano ;-)

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