Domingo, 10 de Janeiro de 2010

PARADIGMA: 500 EUROS

Matthew Carlton
 

Licenciados, com especialização ou pouco qualificados. Conseguindo trabalho, em média, arrecadam quinhentos euros para a sobrevivência. Maior é o vencimento de uma funcionária doméstica com «casas» para lhe preencherem a semana. Não é a «empregada» que ganha demais – são eles, jovens e adultos até aos vinte e cinco anos, que ganham pouco.

 

A geração mais escolarizada de sempre é também, pelo império da necessidade, a mais dócil relativamente às exigências dos empregadores. Aceitam cumprir horários escandalosos. Aceitam a precariedade dos ‘contratos a termo certo’ e anos a fio com ‘recibos verdes’. Aceitam trabalhos que não os gratificam, nem, tão pouco, correspondem às habilitações. Porque sem «saber» sabem que o trabalho/ordenado é decisivo na construção da personalidade, na passagem para o mundo adulto com responsabilidade indispensável ao «crescer» digno.

 

Numa década, subiu para 50% o número dos jovens sem contrato permanente, de um para seis os desempregados juvenis e, neste lote, triplicou o número dos que possuem licenciatura.

 

Democratizado, o ensino não soube fornecer competências adequadas às exigências dos empresários. As universidades debitam diplomas a um ritmo incapaz de ser absorvido pelo mercado de trabalho. Não é desejável contracção nas habilitações superiores, antes rever criticamente os curricula em todos os níveis da pirâmide escolar. Maior exigência é caminho para alterar o novo paradigma: ‘licenciado ganha a vida num call center’. Mantendo-se, os danos futuros são impossíveis de prever.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 09:34
link | Veneno ou Açúcar? | favorito
8 comentários:
De zeka a 10 de Janeiro de 2010
Veneno no morango :-(

Paradigma (do grego parádeigma) literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.

Ao abrir com uma abordagem 'paradigmática' pretendo evocar o modelo que orienta a 'formação académica' dos nossos dias.

O que se verifica com os Médicos?
E com os Advogados?
E com os Professores?

O que aconteceu no passado com os cursos de Química?
E com os de Informática?
E com os de MBA?

O que está a acontecer com os Mestrados?
Já houve 'Orientação Profissional'?
Já se quis que cada um fosse um verdadeiro mestre na sua arte, tirando para si - e para o País - o maior benefício possível do investimento na sua vocação/carreira profissional.

O que está a acontecer com toda esta 'igualdade de oportunidades' de todos poderem ganhar o mais possível (fazendo o menos possível)?
Prevalece a diferença dos que, de facto, 'valem mais' e conseguem melhor oportunidade. Até há quem vá formar-se 'lá fora' para se 'instalar' cá dentro.

Se todos tivermos cursos superiores (Licenciados) e o desemprego for de 10%... haverá 10% de Licenciados desempregados. E muitos postos de trabalho temporário (verde ou cinzento) serão 'aproveitados' por Licenciados.

Seria um paradigma interessante (já experimentado?) que os Empresários inovadores fizessem planos de actividade a médio prazo e ajudassem a preparar (em protocolos com as Escolas) os Licenciados de que necessitariam para obterem os melhores resultados dos seus empreendimentos.

Falta-nos, garantida mente, um (bom) paradigma de Sociedade Civil, em que o Estado deveria ter um papel cada vez mais 'de tanga' com cidadãos cada vez mais 'de toga'.

http://www.youtube.com/watch?v=mrk-6K5k_1M
De Maria Brojo a 11 de Janeiro de 2010
Zeka - ideia a reter e que diz muito em pouco:
"Seria um paradigma interessante (já experimentado?) que os Empresários inovadores fizessem planos de actividade a médio prazo e ajudassem a preparar (em protocolos com as Escolas) os Licenciados de que necessitariam para obterem os melhores resultados dos seus empreendimentos.

Falta-nos, garantida mente, um (bom) paradigma de Sociedade Civil, em que o Estado deveria ter um papel cada vez mais 'de tanga' com cidadãos cada vez mais 'de toga'."

Será aproveitada como outras suas que, por aqui, têm pegadas.

Os "Verdes Anos" já constam da lista. Obrigada.

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