Funcionária exemplar. Profissional conscienciosa e sabedora – dos laboratórios conhecia segredos que, discreta, sugeria mal eram verbalizadas dificuldades ou carências. Jamais arredada do lugar – não lhe lembro faltas ao trabalho, mesmo quando instada a dar meia-volta e regressar a casa por maleitas; algumas sérias. Ficava. Sorria e as rugas desvaneciam-se.
Vez por vez, surgia com o rosto maltratado. Caíra, batera na porta do armário como explicações comuns. Casamento de muitas décadas. Filhos e netos que a amavam. Retribuía com a dádiva que na (im)pessoalidade laboral a caracterizava. Viu-me crescer como mulher e trabalhadora. Conheceu-me aos vinte e três anos. Meus. Continuou na profissão anos a fio além da reforma. O limite de idade remeteu-a à domesticidade exclusiva. Homenageada. Incensada. Mereceu.
Soube agora que, três anos após a saída, está num lar. O marido, culpado da violência que lhe marcava o rosto, finalmente!, fê-la procurar refúgio num sítio tranquilo. Teve sorte – 18000 idosos aguardam instituição que os receba quando a vida conta anos demais para utilidade reconhecida. A paga do lugar é incompatível com o líquido da reforma. Emocional e afectivamente apoiam-na filhos e netos. Reconhecidos pelo feito. Sem possibilidades económicas para tudo.
Ignorando ainda dados últimos do Eurostat - 35% dos portugueses não têm sistema de aquecimento apropriado em casa e 4% sem direito a refeição completa de dois em dois dias –, o local de trabalho mobilizou-se. Bateram fortes os corações. Partes dos salários empregues em bens e ajudas de primeira necessidade que à Srª D. Lourdes satisfaçam. Que lhe lembrem afectos/tributos por anos de dedicação honesta. Ninguém reteve 'quentinhos' apaziguadores da consciência pelas ajudas prestadas. Tomaram, não fossem precisas!
Perdoada seja a lamechice. Partidas da emotividade deixam-me indefesa.
CAFÉ DA MANHÃ
When I was seventeen It was a very good year It was a very good year for small town girls And soft summer nights We'd hide from the lights On the village green When I was seventeen
When I was twenty-one It was a very good year It was a very good year for city girls Who lived up the stair And it came undone When I was twenty-one
When I was thirty-five It was a very good year It was a very good year for blue-blooded girls Of independent means We'd ride in limousines And their chauffeurs would drive When I was thirty-five
But now the days grow short I'm in the autumn of my years And I think of my life as vintage wine From fine old kegs From the brim to the dregs And it poured sweet and clear It was a very good year
Teresa, olá minha Amiga! Perdoo-te concerteza a tua "lamechice"! Dessas tenho-o-as eu também quando me apetecem! Sensibilidade desperta, sempre é o que é!! História com um fim feliz,(ou quase), desafio que todos teremos lá mais para a frente das nossas vidas! Se não nos emocionam estas cumplicidades o que andamos cá a fazer! Um bom dia!
Não é lamechice, é reparo; desde que não desfoque... por trás do efeito D.Lourdes está toda uma cultura de individualismo utilitarista e apressado, garantia do sistema de apropriação e acumulação de capital inútil. (Não falta vírgula nenhuma, esteja descansada... é inútil o sistema e o capital acumulado.)
PS1- Há ali um '[Find more Lyrics on' in truso ;-) PS2- Gostei menos da in trusão do marido :-( não enri quece a crónica :-( não há mulheres más? É melhor pensar que não: são as nossas... mães, avós, irmãs ;-)
Teresa C. - Não o tenho por natural. É sentido (de observa dor). Foi um reparo final... porque se fez notar. Tente avaliar a 'lamechice' (sua classificação) sem essa denúncia... parece-lhe menos emotiva? Nesta (sua) 'guerra' dos 'sexos' ganham elas: 2-0. Não, nunca ouvi. As Mulheres que eu ouço... não falam (nem pensam?) assim.
Teresa C. - E se não acrescentasse esta defesa? Continuava (de pé? aga chado?) o velado ataque «masculino. Freudiano. Exemplar.» «máxima com género, claro! O seu». And ando de OK p'ra KO, levei um directo no estô mago e fui ao ta pete... levantei-me... Min Dinho levou-me à Madeira ;-)