A Itália apresenta ‘saldo natural’ negativo – diferença entre nados e mortos. Com a Alemanha, o mesmo. Mais países desenvolvidos, ou em vias de tal, não diferem, substantivamente, do panorama. Quando muito, empatam taxas de mortalidade e natalidade.
Por cá, oitavo país do mundo mais envelhecido, o dito saldo também foi menor que zero no último par de anos. Causas? Algumas: a famigerada penúria, bem como a diminuição, sem parança, do número das mulheres em idade fértil. No dealbar dos anos 80, o primeiro filho era nascido, em média, aos 23,5 anos; agora, aos 28,4. Para as mulheres procriarem sobra menos tempo útil e vontade pelos empregos instáveis, progressão na carreira e parcos apoios sociais. Quando tínhamos ‘o rei na barriga’, em 2000, a fecundidade foi promissora e reflectiu o desapertar do cinto guterrista. As políticas económicas, dentro e fora, são condicionantes que importam.
No Ocidente, a imigração atenua o decréscimo da natalidade. “Os imigrantes em idade fértil tendem a ter mais filhos e, porque mais jovens, morrem menos.” Para os nativos daqui, ir além da segunda ou terceira gravidez somente para ricos ou para condenados a miséria hereditária. Sem lado de dúvida, perpetuada como gene maldito até que a excepção aconteça e quebre o ADN de espírito.
Mais idosos desfiarão ócios, baralhos e memórias nos jardins. Energeticamente insustentável, continuado o desperdício, a sociedade ocidental entrou em declínio. Por tudo, depende daqueles que a procuram oriundos do mundo pobre. A vida escreverá direito mesmo sendo tortas as linhas.
Teresa: E valham-nos os nossos Imigrantes que por cá demandam em busca dos seus sonhos e que na verdade têm contribuído decisivamente pelo menos para parar a descida da taxa de natalidade no nosso "distraído" Portugal reprodutor! Preocupante sim, e eu que sempre quis ter um equipa de futebol...queria sim, se o factor económico o não impedisse! Mas por este andar...a Europa vai ter de fazer algo, ai vai, vai! e estou a falar dos nascidos nesta paragens, não importados! Jorge
Jorge - ter muitos filhos foi sonho que limitei. Razões? Além das suas, outras que a privacidade impede de expor. Que venham imigrantes, que o Ocidente encontre meios para arrepiar caminho.
é difícil comprovar que a vida escreva direito, a própria humanidade é mais 'acaso' do que alguma linha a caminho da perfeição
depois, desde o princípio do mundo (por assim dizer) que todas as comunidades importam forasteiros, nenhuma espécie se fortalece sem a bendita variedade, digamos que uma espécie de biodiversidade dentro da mesma espécie, indispensável para evitar o definhamento, a que obviamente estão sujeitos os
e ainda há que ver se algum declínio pode ser especificamente 'ocidental' - e nem importa agora carrear a América Latina
estamos longe do fim do mundo desde a refutação das teorias de Malthus e ainda não será desta que o globo mingua, sendo os imigrantes muito bem vindos e muito bem sucedidos se houver mútua aculturação
à colação clame-se o sangue fenício e godo, gaulês e árabe, africano, índio e asiático, que nos corre nas veias
António - 'e la nave va' - Fellini no seu melhor. A nave irá. O futuro? Conjectura ociosa pela dialéctica que o conjunto planeta humanidade representa.
Pois é... cá se fazem, cá se pagam. Às sociedades "emancipadas e seculares" é agora apresentada a pagamento a factura hedonista, consumista e flexi-segura. Veja-se a diferença de natalidade (usando grupos ocidentais apenas) entre os Mormons, Amish, judeus ortodoxos, por um lado e, por outro, os "bem-pensantes" de Nova York, Paris, Tel-Aviv, Amesterdão, Berlim e Lisboa.
Malthus pode estar errado mas Darwin não perdoa...
E quanto aos optimistas que apreciam a "diversidade" resta saber se a "diversidade" os apreciará, por seu turno, a eles quando os números começarem a falar mais alto e a crise apertar ainda mais...
Rasputine Zoompt - nick e palavras curiosas/acertadas. Obrigada pela visita e pelo comentário novo com este nick. Visitei o seu sítio. Gostei e anotei.