Sábado, 30 de Janeiro de 2010

O «OLHO» DOM


Bola de Sabão - Manuela Pinheiro

 

Menino pintor vendeu integralmente, em Londres, a segunda exposição. É inglês. Compram-lhe um quadro acima de 1000 euros. Fila de espera numerosa para adquirir obra. O pai, desempregado, conseguiu trabalho numa galeria de arte. Levava com ele o filho. Aprenderam, em conjunto, a pintar. A criança absorveu a vista apreendida da galeria: uma bomba de gasolina enquadrada pela Holt (sub)urbana. Os pais não o pressionam, nem fazem dele fonte de rendimento – usa os pastéis se apetite. Em simultâneo, o melhor da turma nas áreas científicas. Projectos: ser pintor ou craque de futebol.

 

Créditos diferentes, saber maior tem Manuela Pinheiro. A 27 de Janeiro, inaugurou exposição no Supremo Tribunal de Justiça na Abertura do Novo Ano Judicial. Sóbria no tailleur castanho e camisa de cetim, duma sala fez capela de emoção. Mal carecem de assinatura as telas: traço, paleta e luz inconfundíveis. O ‘patas de astracã’, que há anos muitos a serve no dia-a-dia para café quotidiano em frente, tarde meada de Inverno na Avenida de Roma, escoltou-a no saída para o frio. Linda e simples! Olhar vivo, azul-turquesa, assim observador e perspicaz não serve qualquer uma. “Justiça e Cultura de Afectos” em mostra no Terreiro do Paço até 10 de Fevereiro. Na Conceito, expostas três novas obras também (re)vivendo afectos. Excepcionalmente, custo inferior ao usual e à cotação.

 

Kieron Williamson, o petiz, vendeu 16 telas por vinte mil euros em menos de um quarto de hora. Talvez menino ficado pelo caminho. Talvez 'novo Picasso', dizem. Discordo:

_ Os génios não se repetem, quais cópias A4.

Entretanto, tem aulas de pintura e frequenta escola banal. Brilha porque luzir dele faz parte.

 

Semelhantes, no «olhar», o ‘menino pintor’ e Manuela Pinheiro. Elo e dom comum, o «olho» de Monet. Em baralho outro, porque escultor, João Cutileiro partilha-o. Cinzel talentoso. Na comemoração do Centenário da República, arrenego posibilidade de a consubstanciar escultura vagínica, ainda que o simbólico feminino seja tradição dentro e fora. Equivalente temos: a fálica esquinuda no cimo do Parque Eduardo VII. O Tejo e o autor mereciam melhor.

 

CAFÉ DA MANHÃ
 

publicado por Maria Brojo às 07:59
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6 comentários:
De zeka a 30 de Janeiro de 2010
E se fosse o dom «olho»?

Aquela do Picas so... só contaram p'ra você ;-)

São muito mais que A4 semelhanças...
http://www.youtube.com/watch?v=mQ5sXuUQBC4&feature=player_embedded
De zeka a 30 de Janeiro de 2010
Picasso, a Vida

http://sinestesiasdaalma.blogspot.com/2009/01/vida-picasso.html

E perdoem-me de transcrever estas linhas 'básicas'

Nasceu em Málaga e recebeu o nome completo de Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santíssima Trinidad Ruiz Picasso, filho de María Picasso y López e José Ruiz Blasco.

Em torno do seu nascimento surgiram várias lendas, algumas das quais Picasso se esforçou a promover. Segundo uma delas, Picasso nasceu morto e a parteira dedicou a sua atenção à mãe acamada. Só o médico, Don Salvador, o salvou de uma morte por asfixia soprando-lhe fumo de um charuto na face. O fumo fez com que Picasso começasse a chorar. O seu nascimento no dia 25 de outubro de 1881, às onze e um quatro da noite, seria assim descrito por Picasso aos seus biógrafos, que a publicavam de boa vontade.

Roland Penrose, um dos mais conhecidos biógrafos de Picasso, procurou nas suas origens a razão da sua genialidade e da sua abertura à arte, algo natural na compreensão de um gênio. Na geração dos seus pais são vários os vestígios. O seu pai era pintor e desenhista, de bem medíocre talento. Don José, dedicava-se a pintar os pombos que pousavam nos plátanos da Plaza de la Merced, perto da sua casa. Ocasionalmente, pedia ao filho para lhe acabar os quadros. Da descendência materna pesquisada, Dona María contava entre os antepassados com dois pintores. As feições de Picasso são também semelhantes às da mãe.

Os primeiros dez anos de vida de Pablo são passados em Málaga. O salário pequeno do pai como conservador de museu e professor de desenho na Escuela de San Telmo, a custo assegurava o sustento da família. Quando lhe ofereceram uma colocação com melhor remuneração no Instituto Eusébio da Guarda no norte do país, à hesitação sobrepôs-se a necessidade, e junto com a família, don José parte para a Corunha, capital de província à beira do Oceano Atlântico.
De zeka a 30 de Janeiro de 2010
Quanto à capacidade do Cu ti leiro meter o cinzel tal en toso em va gínica es cultura para al terar o busto da Re pública... os 71 anos dele perdem força per ante a du reza cente nária da ou sada jovem ;-)

Talvez pu desse ficar-se antes pelas bordas, vul vando a penas, evita ndo as es cabrosas profun dezas vagin ais, já demas iado usadas no tú nel do Marquês ;-)

http://www.ionline.pt/conteudo/43820-joao-cutileiro-chegou-altura-mudar-o-busto-da-republica-

http://www.youtube.com/watch?v=y-rtqCV1xGk
De Maria Brojo a 31 de Janeiro de 2010
Zeka - vi todos os «lugares» indicados. Fantásticos!
Qaunto ao «olho dom» e »dom olho», estamos muito bem conversados.
De -pirata-vermelho- a 30 de Janeiro de 2010
Você fala de pintura como quem fala de zara, de flores da romeira-roma ou de outra feijoada qualquer.
E fala de nomes. Mistura-os com resultados e infere-lhe efeitos.

Que m'interessa a mim se a senhora d. manuela tem olhos d'amêndoa ou coisas d'aço, falados a propósito da pintura que 'expõe'?
(diz você; eu penso que faz)

A pintura não s'assina, frui-see o escultor marado não pinta, faz outras coisa de natureza completamente, com-ple-ta-mente, distinta.
As artes... em geral... são formativas e fruidas; e isso aprende-se e não é com preço marcado.

Bem pode pagar e bem se pode pavonear num CCB qualquer, cá ou em niúiorque-niúiorque mas nunca chegará à Sagração da Primavera .
(por exemplo; as duas coisas : a Sagração e niúiorque)

De Maria Brojo a 31 de Janeiro de 2010
Pirata-Vermelho - sou uma aprendiz de feiticeira no que às artes concerne. Gostava, precisava saber mais. Mas comovo-me. Distingo obra que me interpele da que nada me diz. Reconheço erros de composição.

Tenho a fortuna de estar próxima de alguns dos nossos melhores artistas pictóricos. Aprendo com eles, sem atingir picos de sabedoria. Os dias trazem conhecimento maior.

Aceito a justeza do seu comentário. O Pirata é perito. Eu não.

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