Um disse que o outro estava mais manso no discurso. Ele não gostou. Cabeça feita em pó de talco, baixada a voz não lhe captassem o dizer, para o lado foi jocoso:
_ Mansa é a tua tia, pá!
Câmaras e microfones registaram o desabafo.
Não fosse autor o Primeiro Ministro, sobre a banalidade do acontecido pouco haveria a dizer. Sendo quem é, a Assembleia da República o lugar, de sessão oficial o tempo, o dito correu-lhe mal. Melhor fora alívio interior que enviasse o deputado para o sítio do costume. Mas não _ para tal a estaleca não chegou. Ora, sem ela, fica demonstrado não cumprir um dos mínimos para se assentar na cadeira maior governamental.
O homem caiu em redes de argolas e tem sido acossado. Presumidos actos expostos na banca da feira política onde, empoleirados, nos cestos empoleirados, galinhas e galarós debicam o que podem. Estou como o outro que esta semana, numa comissão de inquérito/inquisição, declarou:
_ Neste país, para um governante evitar sarilhos, melhor é não tomar decisões.
Digo eu:
_ Agindo com milhares de milhares envolvidos, são inevitáveis suspeições. Adiando sim ou «sopa», poupa desassossegos pessoais, deixa o país rebolar num declive, coloca na história e nos votos o castigo pelas omissões.
Genioso será PM que paute actuação segundo código estrito, conduza a cais seguro Portugal e cujo cérebro jamais, jamais encharcado por água fervente. Nunca os povos tiveram ao comando alguém assim. À vista primeira, obedecendo a estes parâmetros, só o Sr. Raul que no Nicola, em Coimbra, serve mesas com pundonor.
1 Peço-lhe que substitua o verbo, na expressão de telenovela comum - jamais vire não sei quê. Não é português; é crioulo do Brasil baixo. 2 Peço-lhe que inclua numa destas suas reflexões sobre o desmantelamento de Portugal, o discurso do monhé da pt na comisão não sei de quê e que tangueia (expressaõ tauromáquica que não sei se conhece) deputados e Comissão (com Presidente e tudo) mas a que ninguem reagiu mandando calar e repetir em português corrente e inteligível.
Pirata-Vermelho - vê como estes dizeres de cabeleireiro se pegam? Caí sem dar conta.
Conheço bem o tanguear, porém recuso ir mais longe no lodaçal das comissões. Basta o que todos ouvimos na semana que passou. Simulemos esquecimento. Hoje o dia foi de esparrame ao sol. Sábado é da semana aquele que requer omissões/fadigas.
por falar em jamais, embora estranho ao glossário de cabeleireiro, cá parece que em português de todo o mundo falta algum verbo a ancorar o jamais primeiro ou o jamais segundo...
a invectiva à tia do palavroso Louça por certo não eleva o nível para lamentar mas também não creio que des(i)lustre o código de barra da indígena deputação
fosse em vocativo directo e estaria a par com os (es/ex/BES)pinhosos corninhos endereçados a outro sovietchik igualmente provocador de pacotilha, que a cartilha é a comum (leni)nista
mas há uma diferença decisiva e compreensível, causa de justificação de outras consequências parlamentares: foi um desabafo privado, que até ao mais santo é legítimo, como bater 3 vezes na madeira, fazer figas, piscar o olho e por aí diante
embora o foro escatológico seja sempre anti-protocolar, há flatulências que são irremediavelmente admissíveis, por humanamente irreprimíveis e de facto deputados e outros políticos há que a tudo recorrem para desdenhar aquilo a que não conseguem aceder por via eleitoral
e mesmo que imperceptível à devassadora tecnologia também escatológica, muito vernáculo entre-dentes é latente na retórica de qualquer parlamento do mundo
e - caramba! - era o que faltava se um tipo, só por ter sido eleito democraticamente, não pode chamar os bois pelos nomes estejam eles onde estiverem!!
António - desde logo, este ficou em arquivo. Quanta graça nos trocadilhos do bem jogar xadrez com palavras em português! Conteúdo escorreito. Bem hajais.
" Manso é a tua tia — carago ! " para não ficar tão mal ...
Olha que eu gostava de ver esta malta toda a dizer o que querem, não o que podem ... isto ia ser mesmo lindo. A verdade nua e crua.
Seria um limpar de gargantas que ia vender tabloids até o fim dos tempos; sem mudar de assunto, a mesma coisa sempre a mesma, todos os dias até o fim do fim.
Ninguém calava nunca o calar e sempre o mesmo: " Manso o raio que os parta! "