Décadas sem reformas na Educação. Porque soe dizer fome seguida de fartura, nos anos recentes sucedem-se. Desencontrados, dos estações/ciclos da Terra, de trio em trio de meses, alunos e professores, são surpresos e baralhados por novidades reformistas todas com idêntico sentido: adeus reprovações por faltas ou manifesta ignorância.
O estatuto do aluno é plano inclinado onde a exigência e o rigor rolam como pedras num abismo. Os pais menos conscientes aproveitam o desmoronamento e são cúmplices; levam os pupilos para férias inventadas sem respeito pelo calendário escolar _ ausência duma semana no Brasil, na neve ou noutro lugar não é impedimento de monta para o sucesso no final do ano lectivo. O menino afirma querer ficar em casa para estudo de última hora por não ter preparado o teste a tempo? _ Que fique! Está farto do vaivém rotineiro para as aulas? _ Que falte e descanse! Nada de importante.
Os professores, quais maridos enganados!, são os últimos a saberem as regras que lhes determinam quotidiano de trabalho e progresso na carreira. Sujeitam-se ao descalabro, lamuriam, mas nem eles nem um Sindicato promovem sublevação contra a balbúrdia que arruína o essencial da vida dum professor: ensinar com decência e exigir em medida igual. No final do período ou do ano têm negativas para atribuir? _ Que pensem duas, muitas vezes. Obrigados a justificá-las em acta. Depois, as estatísticas lá estarão para, (in)directamente, os condenarem. Princípio dominante: a culpa do insucesso é sempre do professor.
Remate hilariante: os alunos com mais de quinze anos que não concluíram o 9º ano de escolaridade, transitam do 8º para o 10º em salto olímpico - mais de 9,5 valores em exames a nível de escola e dois nacionais, e “secundário, cheguei!”.
Caminho desenhado: às crianças e adolescentes portugueses basta planar na frequência dos 12 anos de escolaridade. Tal como nos Estados Unidos. Mau original para cópia. As escolas passam a locais onde os professores tomam conta dos infantes enquanto os pais trabalham. Livram as ruas de bandos de putos à solta e diminuem o tempo livre para «grafitagens» e desmandos. Às universidades a incumbência de filtro por onde somente os melhores transitam no funil.
Tem razão no facilitismo da educação. Mas, o facilistmo tambem existe nos professores e há bons e maus professores, sempre houve. Desde que me lembro da escola, já lá vão 56 anos, que me lembro de lá pasar o dia todo. Apanhava a camioneta do colégio às sete menos um quarto da manhã e chegava às seis e meia da tarde e a minha mãe não trabalhava Continuo a não perceber a queixa de que os pais "depositam" os filhos nas escolas. Será que os estudantes não têm de estar nas escolas?
Marta - os pais depositam filhos na escola quando as prioridades estão invertidas. Mantendo contacto com os professores, com o director da turma, a escola é elo, não depósito. Quantos pais o fazem? Tão poucos!
Gatafunhada - Mulher Feliz dá nisto? De trio em trio fica uma cena. Exagerado como as pedras no abismo. Impensável, inverosímil, inaceitável. Pior ainda com o aforismo. Apelo à dignidade, please, já não é a Lulu e o Valter. Pupilos, meninos, infantes, bandos de putos... Falta de sublevação. Já nem o Sindicato é o que era. Será que há alguém responsável (que responda) pela Escola. Talvez nim?
«De António a 5 de Junho de 2010 às 02:01 confesso que não li direito...
confesso que não entendi direito...
ouvi vagamente, na TSF, o Nuno Crato, meu ídolo em tantas matérias, a perorar contra o facilitismo, e ouvi a Ministra a dizer que não era facilitismo mas alternativa em situações desvalidas...
gosto de alternativas em situações desvalidas»
«De aespumadosdias a 5 de Junho de 2010 às 08:32 Para mim a notícia sobre os exames não era novidade. Já tinha informado os alunos da minha direcção de turma no final do 2º período. Na altura houve 2 ou 3 que se mostraram interessados mas parece-me que não vão aproveitar a oportunidade. Não tinham nada a perder. Mas neste tipo de exames é muito raro alguém passar. Pareces conhecer muito bem os problemas do sector da educação. Já deste aulas?»
«Citação de: http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/2010/06/o-caos-da-educacao-logro-e-facilitismo.html
sexta-feira, 4 de Junho de 2010
O CAOS DA EDUCAÇÃO: LOGRO E FACILITISMO
Longo confronto com os professores (ainda não resolvido)...
Milhares de professores contratados com dezenas de anos de serviço...
Início do fim da escola pública...
Modelo de avaliação sem avaliação...
Bagunçada nos concursos...
Encerramento de escolas...
Bullying, violência e indisciplina nas escolas...
Sucesso estatístico...»
«Em primeiro lugar, esta "medida" polémica e facilitista não deveria surpreender ninguém (muito menos professores), pois a mesma já havia sido anunciada a 25 de Fevereiro deste ano.»
«As novas regras começaram a ser transmitidas pelas direcções regionais de educação às direcções dos agrupamentos escolares a partir de Abril e vão passar a ser já este mês mais uma rotina dos estabelecimentos de ensino, apesar de essa opção não ser obrigatória para os alunos retidos e necessitar de autorização do encarregado de educação. Esta modalidade, aliás, já estava prevista para os alunos retidos no 9.o ano, que ao obterem aproveitamento nos provas nacionais e nos exames escolares das disciplinaram em que chumbaram poderiam transitar para o 10.º ano. A grande novidade, que surgiu num despacho normativo publicado em Diário da República em Março, é a possibilidade de o aluno queimar uma etapa, saltando do 8.º para o 10.o ano de escolaridade.(...)"»
Ver Artigo Completo (jornal i) http://www.ionline.pt/conteudo/62962-polemica-alunos-com-15-anos-vao-poder-saltar-do-8-o-10-ano-
Veneno C. - e se lhe garantir que os professores´apenas souberam do referido pela comunicação social? Não dá para acreditar, certo?
Soterrou-me em informação. Li. Que coisa é esta que legisla e não dá conta aos interessados? Já imaginou quantos exames de última hora serão congeminados pelos docentes do básico? E se acrescentar que os itens das provas a nível de escola dizem respeito a conteúdos do 6º ano de escolaridade?
Cães pisteiros - Como exp(i)lica? Será caso digno de investigação séria, embora até possa haver humor à mistura, ajudando a motivar e a descomprimir. Os sindicatos estão calados (à espera do Coelho). Só não querem que fechem mais escolas. GF-ZC-CP (http://www.youtube.com/watch?v=_mLDgSjzUCE)
ouvi vagamente, na TSF, o Nuno Crato, meu ídolo em tantas matérias, a perorar contra o facilitismo, e ouvi a Ministra a dizer que não era facilitismo mas alternativa em situações desvalidas...
gosto de alternativas em situações desvalidas
estudei, como boa parte da minha geração, de noite
ainda estudo de noite, assim frequentei pos-graduações, mestrados, aggiornamentos vários
sem alternativa ainda estaria uns passinhos atrás, atrás dos certinhos com tudo pronto e BM na faculdade que não valem um caracol na vida real
uma nova oportunidade é uma oportunidade
na minha geração, lutava-se por uma oportunidade, contra quem nos "cortava as pernas", contra a situação, contra o statu quo a que a condição social durante séculos confinava
contra a corrente, teimei em aprender
ainda o almejo, em assumida condição de aprendiz
a tentar, com ou sem mestre, com ou sem jeito, mas à míngua de oportunidade que a vida nem sempre confere aos plebeus
um só plebeu a singrar na dura luta e todo o esforço valeu a pena!!
acreditar!!!
sempre
;_)))
ps - e a minha afilhada a tirar 18,5 a filosofia, a miúda da geração dita dos sms, mas lê, a princípio a estranhar, depois a entranhar livralhada complicada, agora a escrever como quem é capaz de crescer, ah...
Aindanõametinhasdito - Tiro o chapéu e fecho o 'bi tri olo' perante tal currículo! Quantas e quão fortes razões para não gaguejar. Aprender contra a corrente é aprender a dobrar e a vencer, custe o que custar. Que se queixem os outros, que tudo exigem e pouco/nada dão.
Para mim a notícia sobre os exames não era novidade. Já tinha informado os alunos da minha direcção de turma no final do 2º período. Na altura houve 2 ou 3 que se mostraram interessados mas parece-me que não vão aproveitar a oportunidade. Não tinham nada a perder. Mas neste tipo de exames é muito raro alguém passar. Pareces conhecer muito bem os problemas do sector da educação. Já deste aulas?