Jim Warren
Já foram ratos e morcegos. Linces e bicharada vária. O sapal do Tejo. Os golfinhos no Sado. As escritas nos rochedos pré-históricos de Foz Côa que continuam subaproveitadas.
Quando empreendimento gesta num ateliê, quando maqueta ergue a probabilidade, quando à tona das notícias arriba o novo, o alto do Restelo enche-se com «velhos» de qualquer idade. Contra mim rabisco por deles ter aumentado o número a propósito da, então possível, Ponte Vasco da Gama. Desfraldei a bandeira do sapal e a nidificação e as espécies serem danadas pela travessia em betão. Hoje, fruo-a e agito o ridículo da minha suspeita e vaidade pelo julgado bem pensar ecológico. O sapal está vivo, de boa saúde, as aves chocam ovos, a ponte serve os propósitos iniciais, é linda e novo ex-libris de Lisboa oriental.
Agora, é um mexilhão-de-rio a norte do Beça que impede o projecto da barragem de Padroselos vir a ser inserido na Cascata do Alto Tâmega. Os bivalves de água doce em Boticas são obstáculo epistemológico que o Ministério do Ambiente – com frequência, nem dele sabe ou quer saber - alegou para reprovar a contenção do rio Beça.
O zelo pela biodiversidade deve contrariar a crescente extinção diária de espécies. É-lhe exigido ver longe e assentar em dados sérios. Um só estudo de impacto ambiental como fundamento da decisão, é miopia. Especialistas temos muitos. Aproveitar-lhes os saberes, confrontar resultados, decidir após é prudente. De assinaturas por cruz em cima dos joelhos, estamos fartos.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros