_ Lendo a coisa assim, dá realmente um grande "romance de cordel".
Teresa C.:
_ Encontrasse editora e até seria possível algum êxito no estilo construído à base do cordel. Sabe donde vem o termo 'romance de cordel'? Terei gosto na explicação.
_ Falei em "romance de cordel" por ser um romance tão feliz que até fere a realidade. (…) Penso que a expressão romance de cordel, tem muito a ver com a fórmula de contar uma história de amor, em que no fim acaba tudo feliz (género telenovelas).
Teresa C.:
_ "Preste atenção por favor Na história que eu vou contar Ela explica o que é o cordel Grande manifestação popular."
Versos inspirados na "literatura de cordel", merecedora do nome porque dependurada em cordas nas feiras onde se «ajuntavam» gentes que assim tomavam conhecimento de escritas várias. Poderosa manifestação da cultura popular com honra e glória. Tomara merecimento semelhante!
_ "Romance de cordel" não tem a ver, precisamente, com as grandes sagas que alimentam o nosso imaginário desde os tempos medievais - "Tristão e Isolda", "A morte de Artur", por exemplo? E que mais tarde, perto do século xix, quando o romance se assumiu como uma das expressões mais adequadas de uma burguesia cada vez mais poderosa, se foi "vulgarizando", e chegando aos consumidores na publicação de jornais - lembro a grande "onda" de romances de Alexandre Dumas Victor Hugo que em Portugal foi publicada na imprensa, já no início do século xx. Creio que se refere à ao nosso gosto por histórias, à nossa necessidade de acrescentarmos à (nossa) realidade aquele espaço contrafactual que permite o sonho e a subversão. E não está Saramago tão próximo destas vertentes? Nas suas obras e na sua vida?
"Romances de cordel" ou "matéria de que são feitos os sonhos?”
Assim correm as escritas/casulos no SPNI. Quanto aprendo, deuses!
a imagem dos romances (e outros textos) pendurados em cordel faz lembrar a magnífica livraria Esperança, onde todos os livres estão presos por mola, de forma a mostrar toda a capa, em vez de exibir apenas a lombada... o que se repete ao longo de inúmeras salas, corredores e mesmo escadas acima, em dois edifícios fronteiros, no Funchal
(http://livraria-esperanca.pt/loja/)
MANJERICO:
um workshop literário, algo além dos tão anunciados cursos de escrita criativa, teria decerto atendimento catita!!
DEZ RÉIS DE MEL COADO:
Pois enquanto se entretém A cuscar na internet Um plebeu mais sem vintém Sem gastar o que não tem Acaba a pintar o sete
Na esquina da blogosfera Romance vai, romance vem Se há SPNI na atmosfera É sempre tempo de alguém Almejar ir mais além
António - custa-me admitir que não regresso ao Funchal há duas décadas. À conta da calamidade sofrida na ilha a solidariedade pede volta breve. Não será desta vez. Ficar-me-ei repartida entre montanha e visão da Arrábida do lado de lá do Sado (volto às casas dos afectos melhores que todas).
A sua rima fascina-me. Sou incapaz de tal proeza. Registei.
À propos - o poema sobre o 'Jazz' não foi dádiva sua?
Desculpem lá meter colherada. O "romance de cordel" tem um pouco a ver com o "romance de escada abaixo escada acima". Este último - suponho surgido coma República - consistia emdistribuir livros de porta em porta, mediante um pequena quantia, e recolhe-los ao fim de alguns dias. Seriam estórias de "faca e alguidar", dramalhões populares. Como as casas, mesmo nos bairros antigos de Lisboa, não eram terreas, os livrinhos passavam o tempo escada acima escada abaixo. Considerando o uso intensivo dado aos livros estes acabariam cosidos com cordel para não se desmancharem. Há outros pormenores mas não quero alongar-me.