John-Vistaunet
Consideram alguns que sem criação a partir do nada fica anulado o mérito de quem escreve. Traduzo: ficcionar sem qualquer sustento real. Congeminar de raiz personagens e respectivas estórias. Inventar mundos alternativos à feição de Tolkien no “Senhor dos Anéis”. Ou como Rowling no “Harry Potter”. Supõem, julgo, que nestes engenhos, noutros mais recuadas e recentes, a realidade que emoldura o autor não contaminou a obra. Pranto discordância. Mais – não configuro escritor imune às emoções, acontecimentos, pessoas e sentimentos experimentados. Mesmo quando a ficção surge como irrealidade fantástica, as personagens foram retocadas à custa da tia-avó intrometida, do amigo «bom-garfo» ou da porteira com língua viperina.
Não sei escrever isenta de elo ao que me constitui. Ao vivido. Ao idealizado. À encenada projecção de dúvidas, gostos e desgostos. O discurso escrito tem ardis e mistérios cativantes - bastas vezes me enrolo no encantamento das palavras e curvo o conteúdo pela fruição de vocábulos súbitos vindos do «antigo». Retomo o curso, é certo, mas o gozo das artimanhas que as letras sugerem é tentador. Não seja retido considerar despiciente a substância dos textos. Nem um pouco! Pura fantasia o que escrevo? Vezes umas, sim, outras não. Sublinho: em qualquer circunstância, a verdade da mulher. Por lealdade/necessidade – sempre a lealdade que amargos de boca traz e devia(?) ter aprendido a rodear –, surgiu esta reflexão.
CAFÉ DA MANHÃ
Vídeo fabuloso da “Dobra do Grito”
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros