Jan Boallert, Kim Parkhurst
Importada como é fatal. Atenção ao conhecido, moda, condescendência empresarial que da benesse retira proveito dobrado? No imediato, está garantida publicidade gratuita da Nestlé Portuguesa.
Ali p’rós lados de Linda-a-Velha, foi autorizado aos funcionários levarem animais de estimação para o local de trabalho. Dos cães e gatos, houve notícia, da passarada, coelhos e répteis, nada foi dito. Presumo ter sido oferecida jornada rente aos donos somente aos felinos e canídeos. Dias alternados para uns e outros, não surjam rixas sérias que esgadanhem os serviços.
Enquanto nos States vai sendo comum pasta numa mão e trela na outra a caminho do emprego, por cá é novidade. Razões alegadas: diminui a ansiedade dos donos, satisfeitos trabalham melhor, facilitado o relacionamento laboral. E vêm à boca de cena dois queridos primos no encanto beneficiados pela fortuna que, malgré tout, levavam à praia dote extra: o cão amoroso, bem tratado, apetecível. Num ápice, asseguro, o bicho aumentava a corte de amigas e conhecidas. Vez só, ganho para todos: o bicho sem razão e eles com ela e elas. Antecipado vinte anos o que os «psis» reconheceriam.
Se um animal de estimação pode constituir novo elemento agregador da família quando partilhada a responsabilidade que acarreta, não raro gera quezílias: _ “hoje, não limpaste, não o passeaste, não compraste a paparoca”. Como bicho de companhia é inegável o merecimento pela alegria, por compensar falta de doçuras afectivas e apaziguar solidões. Problemático é o dono considerá-lo amigo único e isolar-se em cada rotação mais um pouco. Desabafar com ele e ser incapaz de procedimento semelhante com um humano.
Será que logo à noite, no hipódromo de Cascais, afectos com quatro patas serão espectadores autorizados da Norah Jones?
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros