De novo, tropeçou. A causa não foi liana estendida no caminho ou pedra aleatoriamente caída, ambas invisíveis. Como ré a calamidade financeira neste lugar onde a Europa termina. E fina-se mesmo aqui! À Geografia e ao passado recente ignorámos o não. Os decisores vogam num charco de contradições sem que da água parada levantem cabeça. Os «politosos», as mais das vezes, confundem. Os que são povo sofrem e ajudam menos que o devido. Serviço limpo na tarefa de afogar o país.
Quando a governação e a oposição preferem à objectividade sondagens e cálculos de poder, quando desfolham o malmequer – hoje, sim, amanhã, se verá -, quando é facto não terem surgido como gavinha primaveril ao penduro do nada, quando 70% do pecúlio anual é gasto com funcionários, subsídios, espigos outros, mais que questionar os dois pontos descidos numa agência de rating é necessário repensar quem somos e a linha de rumo.
Antigos ministros das finanças (ausentes, deliberadamente, maiúsculas) têm botado discurso. Medina Carreira reclama a intervenção do FMI, Pina Moura conforma-se, Ernâni Lopes protege a dama espadachim: cortar na faixa dos 15, 20, 30 por cento os ordenados dos funcionários públicos, ministros dentro (“15 sem dúvida, 20 provavelmente"). Indagado sobre o modo de o dizer aos portugueses, o Sr. Lopes foi além: _ "A cru. Sem explicar nada. Ou melhor, explicando que ou é assim ou não é." De seguida, o sector privado faria o mesmo. Mão-de-obra competitiva, objectivo final. Entretanto, na Saúde, Ana Jorge lança apelo: “façam sopa em casa”. Haja Deus!
Uma mulher vem do trabalho para casa e ouve o que não quer, mas quer, porque fácil o clique que a mude para remanso com CD. Governos em banda larga: de iniciativa presidencial, de salvação nacional, de bloco central, de sábios. E a mulher enfia-se na catacumba, pisos vários abaixo do habitat. Já no elevador, deslizando o -2, tem um baque _ querem ver que a Moody’s entrou?!...
2 - as férias por cá, além de tudo, são as melhores!!
3 - e ainda as almas não se lembraram: no poupar é que está o ganho... embora para lembrar essa alma haja nos refundos da cozinha um utensílio de uso raro!!!
'Diante do medo um sorriso aeróbico Nas bochechas a cãibra de uma alegria incompleta Nada como um sorriso burro e paranóico Para não perceber a velocidade terrível da queda.'
António - - quase tudo o que é caseiro é melhor; - nem sempre, nem nunca; - lembro-me e tenho e uso. Não digo o nome para o caríssimo Pirata não julgar que é com ele. :)
Também ouvi Hernâni Lopes. Não sou suspeita, porque nunca ando pelo lado direito, mas foi ele como ministro das finanças de Soares, que fez com que, em ano e meio, a inflação descesse de 30 para 16% e fique-lhe eternamente grata. É para apertar o cinto para salvação nacional? que se faça e já. Não vale a pena andar a apodrecer lentamente. Quem terá coragem política?
Já lhe passou pela cabeça que isso de viver em pisos, de módulo rectangular encaixados em contentor paralalipidedóide é abortivo, desconchavado e inumano?
O Ernani ressuscitou porquê? Por amor de quem? Depois de ter estado calado este tempo todo...
Já reparou que de vez em quando são ressuscitados uns génios da análise que não se opuseram em tempo útil à desregulamentação? até disseram que 'sim' e que 'assim'... o governo não é para economistas, a esses mandasse-lhes calcular - se mal andex! contrata-se outro
claro que a sen(ator)ilidade lhe confere amplas prerrogativas de inimputabilidade ou de outra forma talvez se condoesse da poss(não há 2 sem 3)ibilidade de os funcionários também lhe cortarem qualquer coisa, a la Eça, o do H grande!!!
;_)))
ps - a economista nunca chegarei (apesar da corrida trânsfuga ao mestrado no ISEG) porque me falta o essencial: as economias, tal como um velho porteiro da Faculdade de Direito, que se afirmava quase licenciado pois já tinha Família, Obrigações, Sucessões, Fiscal, etc. e tal e, claro, Teoria Geral, eh eh ...
Sou completamente contra viver em andares e já há onze anos que o não faço, mas o que se está a esquecer é que a maioria não teve e não tem outro remédio Também sou absolutamente contra a compra dos ditos, mas como acima disse, a maioria não tem alternativa, agora com a crise até há para alugar, mas só agora. Quanto ao Hernâni Lopes, ouvi-o muitas vezes falar contra o que se estava a fazer. Quanto a si qual é a alternativa? porque o que eu gosto é de ouvir alternativas
Aqui, Marta, quer ouvir a proposta de alternativa aqui?
Em todo o caso a alternativa é de regime e de sistema e se eu tivesse, durante osm últimos 40 anos, conseguido construir uma alternativa teórica seria genial - ora, sou português.
Não há alternativa. Restam algumas soluções de recurso, avulsas e economicistas, à guiza de panaceia e de modo a garantir a continuidade da acumulação de capitais e/ou de (meios de) riqueza ate que um corte radical catast´rofico, ocorra - é a lição da História.
Marta - teve mérito, sei, mas além da intenção que subjaz à proposta e denuncio segundo o meu entendimento, há a considerar o modo bafiento - cheira-me a qualquer coisa recuada décadas - como se propunha explicar aos portugueses a necessidade das reduções.
Teresa Ouve-se o Presidente da República dizer em todo o lado que a catástrofe está aí. Passos Coelho já começou a dizer a mesma coisa. É verdade, ou não é verdade? Se for as medidas estão explicadas por natureza e não é preciso mais conversa. Se não for verdade....então os políticos terão de mudar de discurso. Não podemos é ter sol na eira e chuva no nabal
o presidente já republicou que se fartou, a professorar, a consultar, a governar e a governar-mor, agora a presidenciar, mais a tabuzar, mais a atropelar a bolsa, em geral e a de cada um, mais a tripli-reformar(-se), mas a especialidade parece ser mesmo a de comunicar avulsamente, a de declarar gravemente e ainda a de posar papalmente
no meio, sob e atrás do chorrilho, prepara-se para se candidatar a mais do mesmo
e ninguém nos livra da peçonha, nem alegremente nem nobremente
mas se a Bastilha (como a longa noite do sinistro rapador) caiu com estrondo, depressa os poderes se refizeram e trataram de recolocar em vigor o sistema de nos impingir governantes, muitos de pacotilha a passos rápidos sem nunca terem trabalhado - foram empregados? patrões? alguma coisa de útil? - na vida
assim, prova-se que o nosso pirata preferido sabe o que diz, embora haja efectivamente alternativa, dolorosa, que é a de nos pormos a caminho e moer-lhes a medula em tudo o que intentam sem se coibirem da arrogância de nada explicar