Domingo, 18 de Julho de 2010

BATOM-COLA

Gil Elvgren

 

Ainda maldigo os serviços que receberam, em meu nome, oferta - monografia do Gil Elvegren  que gentil-homem ofereceu. Até hoje a vi e os receptores devem ter-se aboletado com ela. Soube do caso, por acaso, num tu-lá-eu-aqui com o mandador. Não fosse a conversa ter curvado para o presente, jamais saberia as manhas dos (in)fiéis jardineiros do meu trabalho. Obra que presumo ilustrada e do melhor gosto. Como o que teria ao recebê-la. Mas não, evanouie pour toujours.

 

Fosse pela simpatia de amigos que têm a bondade de me mimar, pelo desafio ou irreverência ‘perplexei’. No momento, nem sim, nem não. Matutada durante par de dias a resposta, foi alcançado assentimento. A medo, que novidade desta jamais havia experimentado. Uma coisa é a balbúrdia no bastidor dos desfiles do mui querido Nuno Baltazar na Moda  Lisboa, outra é a passerelle com gentiaga crítica de olho assestado nos deslizes. Não sendo piquena para medos, a menos que chusma de baratas entupisse a passadeira, compareci. Tema do desfile: Pin-Ups. Substância: Lançamento dum aconselhador d’imagem (personal adviser) para quem, na matéria, precisar dos cuidados. Não eu que gosto de me bastar sem intervenção estranha.

 

Caicai em vermelho, preto e branco. Meias pretas com ligas encimadas por rendas e fitas tão rubras como sangue na guelra. Sandálias pretas compensadas e saltos de 9 cm. Desplante a meio do caminho entre aluguer e ‘todo o serviço’ complementado por bandós dum lado e liso comprido do outro encimado por malmequer. Maquilhagem feita de eyelyner e lápis e carmim nos lábios desenhados em coração. Susto tal – perdoe-me Estefânia -, que se o braço não sincronizasse o espelho a figura podia ser d’outra. À revelia do «conselheiro», óculos de lentes negras e armação branca a disfarçarem impressão digital: o olhar. Nem reclamou por saber do potenciado voltar costas.

 

Acabada a clausura nos bastidores e o desfile, fugi. Qual cocktail, qual festa, qual Indochina, qual quê! Num pulo, casa. Noite doce e manhã de praia. O oceano eliminou sobejos do maldito batom-cola.  

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 16:45
link | Veneno ou Açúcar? | favorito
4 comentários:
De henrique doria a 18 de Julho de 2010
Variante de Pessoa:
Come sopa, menina, como sopinha
porque não há no mundo mais sabedoria
que fazer e comer sopinha.


PS:Beijos
De Maria Brojo a 19 de Julho de 2010
Henrique Doria - a sopinha, ao caldo se preferir, não costumo dispensar. :
De António a 19 de Julho de 2010
genial, safa...!

a dita cola era também o temor da conclusão da crónica de Ricardo Garcia, no Público de há 2 sábados atrás, salvo erro (dia 10 de Julho?) na sua habitualmente agradável coluna "Indo eu"...!!

de fugir!!!

;_)))


De Maria Brojo a 19 de Julho de 2010
António - não encontrei a crónica. Pode enviar-me o link por favor? Quanto à cola carmim nem vestígios. Altura houve em que pensei não despegar aquela «coisa».

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