Autor que não foi possível identificar e Will Kramer
Pelos incêndios e temperaturas acima de 30º C, os russos suam estopinhas. Não apetecendo sombras frescas pelo dióxido de carbono concentrado no ar, muitos, sem tino, atiram-se à água. Se em 2009 pereceram afogadas 6476 pessoas, o número, nesta semana, sobe acima de 200. Escolha de praias não vigiadas e álcool a rodos, razões principais. Previsto que a espessa capa de fumo continue nos próximos dias, os augúrios desanimam.
Aqui, o mesmo e diferente. Hectares e empresas queimadas depauperam as reservas florestais, os solos e atemorizam gentes. O inferno de Dante não devia ser tão quente. Recursos humanos exauridos aumentam a tragédia quando a estrada os mata. E dói saber das desgraças. De não cuidarmos do património vegetal. Da recorrente escassez dos meios. Da perversidade dos assassinos dos bens comuns e individuais. Do abandono a que estão votadas as matas pelos seus proprietários por descuido ou ausência de renda que lhes permita limpá-las. A pobreza e má gestão sempre ao leme da barcaça onde afrontamos Atlânticos.
Afligem os desaparecidos, por arrojo excessivo, em águas traiçoeiras. Muito novos, a maioria. Mas existem campanhas de sensibilização. Mas há sinalética adequada. Mas há os conselhos passados ‘de boca em boca’. Mas existe cego mais infortunado do que aquele que rejeita «ver»?
O lema publicitário do Alexandre O’Neil “Há mar e mar, há ir e voltar” mantém actualidade. Todavia, mais parecemos país de marinheiros de água doce. Fernando Pessoa por bem tentou do sonho português fazer oceano com alma dentro.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros