O amarelo da Carris barulha. Amotina calçadas. Chia ao guinar nas esquinas das ruas bordadas pelo basalto e calcário, mal enjorcadas na maioria - o Marquês não foi um Deus e o depressa e bem ficou aquém. Por ter ido a enterrar pomposamente, contava 83, num coche puxado por três parelhas, não consta dos feitos, além das reformas nacionais conhecidas nos anais históricos, ter apostado em deixar Lisboa como brinco de dama esbelta e curva no preciso. Não deve ter sido por tal falta que a sepultura foi profanada pelos franceses invasores, mas pelo uso de nada deixar direito quando um povo ajoelha ou afigura prestes a fazê-lo.
Nos eléctricos havia embalo, nos mais remotos havia varandins, em todos, cobrador que arrecadava o vil e dava o papel/bilhete. Em simultâneo, espantava os dependurados que, sem entrar ou andar, à borla progrediam na cidade. Acumulava com reconhecimento subtil do enxame de larápios, fossem ou não costumados. Para alguns olhar duro bastava - seguiam adiante sem concluir a empresa. Fossem dos peritos em artes múltiplas, incluindo navalha, o cobrador desandava como se fossem cónegos a caminho do Arcebispado.
Bem disse o António: ‘resplandecente é "curtir" o 28, ou outro do 5 eléctricos que restam a Lisboa cautela aos valores, claro está, pois toda a carteira tem o seu predador, por vezes tão sub-repticiamente que dá vontade de emoldurar o gesto técnico em programa televisivo de prognósticos pós-resultado, com 3 velhinhos a comentar os ditirambos tácticos da modalidade carteirística em que disputaríamos altos lugares no ranking se houvesse campeonato mundial’.
À direita Tejo, à esquerda Lisboa ribeirinha, sem pressa que atordoe as miradas, é delonga para sábado vazio nas vias apressadas da cidade. Por tudo, cito de novo o António: “mas ó espreitaide”. Acresço: _ e retomai o que foi e já não é, o que sendo já foi e é.
Depois desta viagem com o António, que desande de Paris o Manuel Maria Carrilho. Mais há para saber e pensar. Para gostar de amigas que amarelo reuniu.
pois se é de viagem, é dia de o carrito fazer uma paragem!
claro que há sempre os transportes públicos, táxi incluído se for o caso, mas para os (bi)cicloaficcionados uma ajudazinha eléctrica dá muito jeito para o pedalar em Lisboa!!
mas, mesmo enquanto a mobilidade eléctrica se desenvolve o que é preciso, para quando um programa de bicicletas de uso público em Lisboa?
António -fruí e continuo hoje e sempre que puder a caminhar. A volta no 'amarelo' começa daqui a pouco. Quero-a tanto para desfazer poeiras! Para estar com amigas e passear corpo e conversa. Tão bom...
Para já, aceitar o desafio da autora: tentem descobrir qual das três (embora possam ser só duas). Voto na inferior esquerda.
A seguir, fui ao dicionário para decifrar o enjorcar do Marquês :-( Para nos encostar à parede do inusitado, faz com que concluamos que o resultado saiu exagerado: se enjorcado é mal feito... 'mal enjorcadas na maioria' é mal mal feitas, ou seja, bem feitas na maioria? Talvez isso...
Também me parece que o 'afigura' precisa antes dum se?
E 'o vil' (sem metal) é pessoa desprezível?
O 'progrediam na cidade', só mesmo por maldade...
A 'delonga' para sábado vazio... é de longa 'forçadura' como a 'enjorcadura' marquesista.
E enquanto não chega a semana sem carros... o mês sem carros... o trimestre sem carros (chega de 'folclore'!) revejamos a 'nossa' evolução de longa data (109 anos):