Hoje, o SPNI celebra aniversário. Passados sete anos e porque a idade dos blogues é como a dos gatos e cães, sempre mais que a factualidade do nascimento, é adulto. Época do juízo comummente aceite. Mas não: persiste em argoladas, é emotivo, despreza filtros sisudos, deambula entre a ironia e a tentativa de comunicar ideias com jeito. Um irreverente teimoso no desatino de desbaratar palavras/munições sem vestígios de poupança.
Dos blogues genéricos como este, não filiado nos ‘políticos’, ‘eróticos, ‘humoristas’, ‘críticos literários ou de música ou de cinema ou de teatro ou dança’, é considerado serem exposições narcísicas que o ser do autor necessita para a persona adquirir o estatuto de pessoa. Motivação possível, não fosse a origem estória constante dos arquivos.
Razão actual da existência do SPNI: colocar em causa a maestrina, satisfazer necessidade de escrita, aprender com os comentadores e, pelo treino, alinhar na forma de palavras concertadas sínteses diárias de alguns pensares. Sem o retorno de quem generosamente comenta a evolução seria pobre e lenta. Exemplo último no tempo: jamais me questionara sobre alternativa ao termo 'remissão'. Ignorava ser 'remição' palavra e conceito plausível para o fim em vista. Mas é. Preferível.
Pelo tratado, ergo taça de aplauso àqueles que me comentaram e comentam. Sem eles, a mulher maneada pela escrita não besta seria, para pior, diferente.
A tempo de ainda apanhar borbulhas de espumante e de aceitar com prazer o molhar inerente à partilha de ideias e reparos (nos dois sentidos) ergo a taça para desejar outros tantos, sem 'besta seria', para melhor simplesmente. Como o 'quem não se sente...'. Que fique de pé e brinde, por muitos e bons momentos, até à fase 'bi-adulta' : Venham mais sete!
Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel serrana bela, Mas não servia ao pai, servia a ela, Que a ela só por prêmio pertendia.
Os dias na esperança de um só dia Passava, contentando-se com vê-la: Porém o pai usando de cautela, Em lugar de Raquel lhe deu a Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos Assim lhe era negada a sua pastora, Como se a não tivera merecida,
Começou a servir outros sete anos, Dizendo: Mais servira, se não fora Para tão longo amor tão curta a vida.
Claro que felicito a cronista e o seu excelente blog. Oxalá durante muito tempo sejamos contemplados com a excelencia das sua crónicas Teresa C. Não obstante algumas discordancias os seus comentadores,alguns, muito têm contribuido para o exito do seu blog.
A escrita é sempre narcísica. O tema e o escrito ficam para além do autor, passado, agente escritor que pode mesmo ser pseudónimo mas! a escrita é sempre narcísica porém, quando fútil, prejudica.
Não será por acaso que até em concursode escrita aqui participei...
Parabéns Teresa, pelo trabalho, persistência e dedicação a este blog. Familiar e fiel como páginas de um matutino entre o café e as torradas da manhã, muitas vezes me perguntei de onde vinha a força dessa disciplina do espírito que te leva a postar em base diária por entre tantas vicissitudes do dia a dia. Depois, calmamente, a resposta veio: há uma Teresa que brilha num mundo secreto e íntimo - o da arte da escrita - distinto do mundo da mulher que vive, chora e ri, ama e sofre. Obrigado por estes sete anos de companhia.