Segunda-feira, 1 de Novembro de 2010

DEVANEIOS AMANTES

Colecção "Outono nos Parques de Lisboa - 2010"

 

Descendo a calçada, o aroma dos eucaliptos é aviso de prazeres para sentidos todos. Ao fundo, portão amplo e veredas, a espaços, sombreadas. Arriscando a entrada, para quem não conhece o lugar, misto de Paraíso inventado, imprevisto, real nicho para epicuristas e amantes de devaneios.

 

Excêntrico que opte por desvio à direita, ultrapassará muro por via de aberturas intercaladas. Além dele, o arrumo vegetal diminui, soma irreverência e tempo ao tempo em que as árvores nasceram. É altura de abrandar o passo e detença na exuberância das mostras de vida.

 

Os cogumelos, firmados em tronco decepado há ror de anos, exibem-se ao sol como família/harmonia que goza as benesses da luz de Todos-os-Santos no seu dia. Sobreviventes, denodados, resistiram à secura e quentura estivais. Verta o céu águas mil, acordam num sobressalto não lhes passem ao lado as horas de serem o que dormidos ocultaram.

 

 

Já nos carreiros oficiais entremeados com pontes e cursos de água e madeiras nos passadiços que pés, sem rumo ou com ele, atravessam, é ordenado o espaço verde e dele as margens frondosas. Canta o musgo vibrante, o castanho-cobre, a água correndo dum lado para outro sem fonte ou fim vislumbrado. E os pombos de má fama, proveito equivalente, debicam frutos ressequidos por colher.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:09
link | Veneno ou Açúcar? | favorito
7 comentários:
De perseu a 1 de Novembro de 2010
Ontem era a secura e o amarelo da estiagem.

Duas fortes bategas de àgua e de novo a cor verde indicadora de uma nova vida que terá a sua plenitude em Primavera vindoura.

Mágnifico video.
De Maria Brojo a 6 de Novembro de 2010
Perseu - obrigada.
De António a 1 de Novembro de 2010
e se é amante, o Outono...

corrediço de águas, musga-se de cores e tons, acastela-se e fermenta vagarzinho o lume de brandos afectos

por toda a natura os ouvimos, passarinhos de mão dada em esconderijo de gorjeios, preparados para todo um romance até ao vento do Inverno, sorvendo a luz doce até à míngua, de calor e dia, que encontrará reforçado o ninho da afeição, armadura contra toda a tempestade

ah... e os coguméis (tirando aqueles vermelhões ou com pintinhas da BD e do Gerês, remember?) em seus marrons e brancos e amaréis ?

;_)))


De Maria Brojo a 6 de Novembro de 2010
António - se lembro os 'coguméis' das Bds da minha infância e os outros das matas húmidas e sombrias quando o Outono era chegado...
De Veneno C. a 1 de Novembro de 2010
Gestos de pintura: quando se quer, dá-se a cor que se deseja, mesmo que ela lá não esteja.

Os cogumelos não são heróis: tudo que nasce assim resiste. Haja condições de humidade, luz, temperatura.

E os pombos, são de de má fama? Pois há quem os ache encantadores e receie mais os fungos, por vezes venenosos.

Vem aí do outono o grande trovador

http://www.youtube.com/watch?v=ojj5FY3sVy4&feature=player_embedded

De António a 2 de Novembro de 2010
bem trovado!

;_)))


De Maria Brojo a 6 de Novembro de 2010
Veneno C. - verdades encadeadas - concordando ou não - terminando 'comme il fault'.

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