Descendo a calçada, o aroma dos eucaliptos é aviso de prazeres para sentidos todos. Ao fundo, portão amplo e veredas, a espaços, sombreadas. Arriscando a entrada, para quem não conhece o lugar, misto de Paraíso inventado, imprevisto, real nicho para epicuristas e amantes de devaneios.
Excêntrico que opte por desvio à direita, ultrapassará muro por via de aberturas intercaladas. Além dele, o arrumo vegetal diminui, soma irreverência e tempo ao tempo em que as árvores nasceram. É altura de abrandar o passo e detença na exuberância das mostras de vida.
Os cogumelos, firmados em tronco decepado há ror de anos, exibem-se ao sol como família/harmonia que goza as benesses da luz de Todos-os-Santos no seu dia. Sobreviventes, denodados, resistiram à secura e quentura estivais. Verta o céu águas mil, acordam num sobressalto não lhes passem ao lado as horas de serem o que dormidos ocultaram.
Já nos carreiros oficiais entremeados com pontes e cursos de água e madeiras nos passadiços que pés, sem rumo ou com ele, atravessam, é ordenado o espaço verde e dele as margens frondosas. Canta o musgo vibrante, o castanho-cobre, a água correndo dum lado para outro sem fonte ou fim vislumbrado. E os pombos de má fama, proveito equivalente, debicam frutos ressequidos por colher.
corrediço de águas, musga-se de cores e tons, acastela-se e fermenta vagarzinho o lume de brandos afectos
por toda a natura os ouvimos, passarinhos de mão dada em esconderijo de gorjeios, preparados para todo um romance até ao vento do Inverno, sorvendo a luz doce até à míngua, de calor e dia, que encontrará reforçado o ninho da afeição, armadura contra toda a tempestade
ah... e os coguméis (tirando aqueles vermelhões ou com pintinhas da BD e do Gerês, remember?) em seus marrons e brancos e amaréis ?