Mulher como eu atende palavras que outra alma feminina dita. Crê ser possível sorrires pela solidariedade em teu redor, terminar a violência que te vitima seja pelo companheiro, pelos filhos. Denuncia. Conta à vizinha ou à amiga/conhecida encontrada no mercado de bairro ou na leitaria, uma das tuas exíguas fugas, no Centro de Saúde onde, penosamente, te deslocas. Diz de ti. Do modo como o desemprego, as carências sociais se abateram sobre a tua vida e a família. Retrata a violência que da exclusão resulta, tua e dos que ainda assim amas sem remédio, apesar do desrespeito sentido todos os dias.
Jim Warren
Antes, eras a mulher querida, mãe melhor de todas como letras infantis escreveram nos postais que com beijos te foram oferecidos no Dia da Mãe, no Natal, no teu aniversário. Anos passados, chegaram rugas e vulnerabilidade física. Não encontras vestígios de amor e cuidados no teu marido, nas crianças hoje adultas que te agridem? Acto contra-natura, sei e sabes. Por ele choras, por todos que amas silencias a vergonha, por protecção imerecida daqueles que trouxeste à luz do dia, pelas desculpas que espontaneamente vertem do teu coração. Falsas – nada justifica seres explorada, chantageada, pontapeada no corpo e na auto-estima. Ainda que te custe romper a fidelidade que a família consubstancia, fala. Age. Foge sendo remédio único. Organizações solidárias esperam-te. Virá, devagar, a paz. Sentir-te-ás protegida. Mas conta mulher! Contacta a APAV. Informa-te. Liga. Acaba com o martírio.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros