Sexta-feira, 26 de Novembro de 2010

MULHER COMO EU

 

Mulher como eu atende palavras que outra alma feminina dita. Crê ser possível sorrires pela solidariedade em teu redor, terminar a violência que te vitima seja pelo companheiro, pelos filhos. Denuncia. Conta à vizinha ou à amiga/conhecida encontrada no mercado de bairro ou na leitaria, uma das tuas exíguas fugas, no Centro de Saúde onde, penosamente, te deslocas. Diz de ti. Do modo como o desemprego, as carências sociais se abateram sobre a tua vida e a família. Retrata a violência que da exclusão resulta, tua e dos que ainda assim amas sem remédio, apesar do desrespeito sentido todos os dias.

 

Jim Warren

 

Antes, eras a mulher querida, mãe melhor de todas como letras infantis escreveram nos postais que com beijos te foram oferecidos no Dia da Mãe, no Natal, no teu aniversário. Anos passados, chegaram rugas e vulnerabilidade física. Não encontras vestígios de amor e cuidados no teu marido, nas crianças hoje adultas que te agridem? Acto contra-natura, sei e sabes. Por ele choras, por todos que amas silencias a vergonha, por protecção imerecida daqueles que trouxeste à luz do dia, pelas desculpas que espontaneamente vertem do teu coração. Falsas – nada justifica seres explorada, chantageada, pontapeada no corpo e na auto-estima. Ainda que te custe romper a fidelidade que a família consubstancia, fala. Age. Foge sendo remédio único. Organizações solidárias esperam-te. Virá, devagar, a paz. Sentir-te-ás protegida. Mas conta mulher! Contacta a APAV. Informa-te. Liga. Acaba com o martírio.

 

CAFÉ DA MANHÃ

  

publicado por Maria Brojo às 07:14
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19 comentários:
De teseu a 26 de Novembro de 2010
Como diria o outro xxxseu

Esta crónica é uma verdadeira...

Prova de intelectualite masturbante outonada.

Invoca três mulheres: a autora, a estatuada, a desgraçadinha. Todas virtuais. A real, a que cumpre e glorifica o seu papel na Humanidade, não é para aqui chamada.

Talvez os cortes no dito 'pré' que acabam de ser '(a)provados' nos levem a invocar não apenas as três mulheres minoritárias desta estória, mas todos os humanos que podem sempre ter toda a solidariedade necessária para atenuar os desiquilíbrios que a abastança anterior provocou.

Sociedade desconchavada? Semear para colher. Podemos recorrer à APAV. Como aos BV. Mas esquecemos a prevenção?
De Maria Brojo a 1 de Dezembro de 2010
Teseu - que mau para si! Aceite a minha compaixão.

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