Outra, escreveu ela. Depois, palavra/título no vídeo. A mesma, sempre, como árvore que cresce robusta, jamais renegando a condição que a torna fabulosamente única entre semelhantes. Na coerência da árvore e daquela mulher, começa o deslumbre no caminho abobado por braços esguios e nus.
A noite fora de chuva intensa, filtrado o som das bátegas pelos vidros duplicados e estores descidos. Na manhã, havia sol e frio e chão húmido. Convite a sair, peregrinar num parque que não apenas outro de muitos. Exótico nos recantos murados por cactos desafiadores dos anos e dos ciclos rodados. A meio, estranhamente, tronco esculpido em geometrias improváveis.
Água cerca. Limitada por ténues fronteiras ao embeber o solo circundante. Nele, pés atrevidos cavam registos por tudo desejarem gravar. E a ave saúda o dia fruindo do espelho reflector e habitat. Com ela nadam folhas de plátanos obrigadas pelo ventar na noite e fatalidade sazonal.
Margens. Ricas. Gosto propício às aves e a quem delas pretende saber. Primeiro, observadas. Habituadas à curiosidade passante, continuam, sem falsos temores, no lugar. Privilegiam a partilha pelo bem tornado comum onde debicam alimento que ignora diferenças entre espécies. Serenas, continuam o labor e o preguiçar.
O empedrado, pisado, atropelado por sobejos vegetais, conduz a veredas onde se jogam destinos inesperados e descobertas novas ou que repetem o visto noutros mantos/úteros - cogumelos em bouquet contrastam, enriquecem, a paleta cromática que com os verdes brinca.
Fosse o meu olhar pintor, da paleta segura pela alma escolheria tons que recriassem o real sem o copiar no estilo ‘lambido’ iniciático. Difícil fugir-lhe pela tirania que a perfeição natural impõe. No entanto, talento educado simplifica formas e utiliza cores distintas do visto. Inventa-as para retratar de modo outro o mesmo que rodeia as gentes.
Esperado. Fintei o desejo de não arredar dali. Olhei-o de soslaio para desinstalar o imediato como opção primeira do espírito. A disciplina íntima, ajuda a contornar facilidades apetitosas e confortáveis, mas que, é sabido, podem viciar o ler do existente, compulsar atitudes pela falta do gerir. Adiei-o até ao regresso. Conhecia-lhe os detalhes de vezes anteriores e da tela do Ernâni Oliveira que me testemunha, em casa, os passos. Vigiei-o. Despedi-me com a alma feita tela e a tela já feita na alma.
1- Quanto à encíclica (com acento), seria melhor guardar a 'diarreia mental' para gozos mais à sua classe, como se poderá depreender da sua introdução:
CARTA ENCÍCLICA «RERUM NOVARUM» DO PAPA LEÃO XIII SOBRE A CONDIÇÃO DOS OPERÁRIOS
INTRODUÇÃO
A sede de inovações, que há muito tempo se apoderou das sociedades e as tem numa agitação febril, devia, tarde ou cedo, passar das regiões da política para a esfera vizinha da economia social. Efectivamente, os progressos incessantes da indústria, os novos caminhos em que entraram as artes, a alteração das relações entre os operários e os patrões, a influência da riqueza nas mãos dum pequeno número ao lado da indigência da multidão, a opinião enfim mais avantajada que os operários formam de si mesmos e a sua união mais compacta, tudo isto, sem falar da corrupção dos costumes, deu em resultado final um temível conflito.
Por toda a parte, os espíritos estão apreensivos e numa ansiedade expectante, o que por si só basta pa ra mostrar quantos e quão graves interesses estão em jogo. Esta situação preocupa e põe ao mesmo tempo em exercício o génio dos doutos, a prudência dos sábios, as deliberações das reuniões populares, a perspicácia dos legisladores e os conselhos dos governantes, e não há, presentemente, outra causa que impressione com tanta veemência o espírito humano.
É por isto que, Veneráveis Irmãos, o que em outras ocasiões temos feito, para bem da Igreja e da salvação comum dos homens, em Nossas Encíclicas sobre a soberania política, a liberdade humana, a constituição cristã dos Estados e outros assuntos análogos, refutando, segundo Nos pareceu oportuno, as opiniões erróneas e falazes, o julgamos dever repetir hoje e pelos mesmos motivos, falando-vos da Condição dos Operários. Já temos tocado esta matéria muitas vezes, quando se Nos tem proporcionado o ensejo; mas a consciência do Nosso cargo Apostólico impõe-Nos como um dever tratá-la nesta Encíclica mais explicita-mente e com maior desenvolvimento, a fim de pôr em evidência os princípios duma solução, conforme à justiça e à equidade. O problema nem é fácil de resolver, nem isento de perigos. E difícil, efectivamente, precisar com exactidão os direitos e os deveres que devem ao mesmo tempo reger a riqueza e o proletariado, o capital e o trabalho. Por outro lado, o problema não é sem perigos, porque não poucas vezes homens turbulentos e astuciosos procuram desvirtuar-lhe o sentido e aproveitam-no para excitar as multidões e fomentar desordens.
2- Quanto ao ter a ver da crónica, é uma reacção de espanto à referência que a autora "O empedrado, pisado, atropelado por sobejos vegetais, conduz a veredas onde se jogam destinos inesperados e descobertas novas ou que repetem o visto noutros mantos/úteros".
As mais sinceras condolências, esperando que a sua não seja muito grande---------------------senão, coitado, desfaz-se e depois na pas nada para comentar, pois ficaria incapaz de dizer "amen" diariamente às crónicas da Teresa!!
Aqui deixa de ser semi-... e passa a dar provas de integral caganeira cerebral, para dar lugar ao 'vernáculo bocageano' de diz gostar... :-(
Borrife-se à vontade (com água forte) para ver se lhe sai a bajulice e o ar pestilento que exala. :-(
Do que gosta ninguém deve estar interessado: é mesmo conversa chula, de rabisc(h)ador ou menos...
Pois cague para as vírgulas e acentos (logo mais nos assentos?) porque isso define a sua CLASSE, o respeito pelo rigor e pelas regras (como fica demonstrado). É pena que não o faça também a roçar em arame farpado ou num farto silvado, para ficar sossegado ;-)
Olhe que como 'cagador de sentenças' não vai ter um futuro muito risonho: a crise não se compadece de reles 'engraxadores'.